Projeto de requalificação do Bairro Municipal de Viseu aprovado
Empreitada com um valor global de 6,8 milhões de euros tem um prazo de execução de 16 meses.
O Executivo Municipal aprovou esta quinta-feira, 19 de setembro, o projeto de requalificação do Bairro Municipal de Viseu, também conhecido por Bairro da Cadeia.
O valor global da empreitada é de cerca de 6,8 milhões de euros e o prazo de execução de 16 meses.
Este é o culminar de um processo amplamente participado, no qual as 42 famílias que atualmente residem no bairro tiveram uma palavra ativa.
“Esta é uma reabilitação feita com alma, e não a régua e esquadro”, salienta o Presidente da Câmara Municipal, Almeida Henriques, que destaca o novo paradigma que se abre na preservação deste tipo de bairros.
Construído entre 1946 e 1948, por iniciativa da Câmara Municipal de Viseu e da então Direção-Geral de Urbanização, como “bairro de casas para classes pobres”, tendo como projetista Travassos Valdez, era à época constituído por 100 fogos do tipo T2 e T3, abrangendo uma área de cerca de 32 mil m2.
“O Bairro esteve para ser demolido, por força da progressiva degradação, quer dos espaços e infraestruturas públicas, quer do próprio edificado. Mas optámos por não o fazer”, justificou.
Depois de classificado como Património de Interesse Municipal, em 2016, o Bairro Municipal viu inaugurado um bloco de habitação social no mesmo ano, com a construção de 20 habitações.
No âmbito do 1.º Orçamento Participativo de Viseu, foram reabilitadas 8 residências.
No projeto de requalificação agora aprovado existe a preocupação de uma intervenção estruturada, que reabilite a identidade arquitetónica e social do Bairro, preservando e respeitando a sua memória.
A empreitada prevê a reabilitação de 81 edifícios – numa área de quase 25 mil metros quadrados -, 42 para atuais moradores, 30 para colocar a concurso para jovens casais (com renda condicionada), 1 para alojamento temporário de famílias em risco, 1 para a Casa da Memória e 2 para serviços.
Normas do VISEU CULTURA aprovadas
O Executivo Municipal aprovou também esta quinta-feira as normas do VISEU CULTURA para o biénio 2020/2021.
Instituído para o mandato 2017/2021, este programa municipal estrutura e disponibiliza um conjunto integrado de meios de financiamento e apoio a projetos culturais e criativos independentes, a realizar anualmente no concelho de Viseu.
“Gostaria de destacar o percurso muito rico deste programa municipal”, realça o Presidente da Câmara.
No total foram aprovados e financiados nos últimos dois anos, 2018 e 2019, 94 projetos, com apoios financeiros diretos de 1,5 milhões de euros, acrescidos de cerca de 375 mil euros de apoios não financeiros.
O programa teve ainda como objetivo e consequência o alargamento e diversificação dos apoios a projetos culturais no concelho, nomeadamente a iniciativas de revitalização, musealização e serviço educativo de agentes da cultura tradicional popular (linha “Revitalizar”), a projetos artísticos e criativos individuais (linha “Criar”) e a propostas de valorização e animação cultural de sítios patrimoniais e equipamentos culturais (linha “Animar”).
O montante financeiro global a disponibilizar pelo Município de Viseu para 2020, no âmbito do VISEU CULTURA é de 1,18 milhões euros.
A linha Programar tem uma dotação de 450 mil euros, a linha Animar de 150 mil euros e as linhas Criar e Revitalizar, de 100 mil euros cada.
O montante financeiro anual global alocado ao projeto “Teatro Viriato”, para o quadriénio 2018/2021, incluindo o apoio à programação e financiamento de serviços de base ao funcionamento, através de acordo com o Centro das Artes do Espetáculo de Viseu, será de 380 mil euros, repartido em 300 mil euros para equipa e programação e 80 mil para serviços de suporte.
2.ª fase de obra arranca no Bairro das Mesuras
Foi ainda aprovado em sessão do Executivo, um protocolo com a Junta de Freguesia de Viseu com vista ao arranque da 2.ª fase da requalificação do Bairro das Mesuras, que tem um valor global de 233 mil euros.
O projeto contempla trabalhos referentes a espaços verdes, manutenção do polidesportivo e execução de passeios inexistentes e finalização dos trabalhos de iluminação pública. No fundo, vem dar à continuidade à intervenção iniciada em 2017.
Nesta 2.ª fase, a intervenção prevê a plantação de novas espécies, criação de passagens pedonais, colocação de mobiliário urbano (nomeadamente bancos, mesas, papeleiras, bebedouro e suporte de bicicletas), execução de troço de ciclovia e arranjo do polidesportivo.
Inclui-se nesta fase, a rua Pintor Almeida e Silva, que será intervencionada ao nível da execução de novos passeios e provida de nova sinalização horizontal e vertical.