Alexander Lukashenko, “o último ditador da Europa”

Criado por uma mãe solteira numa vila pobre, Alexander Lukashenko cresceu com bases humildes. Formou-se na Universidade Pedagógica do Estado de Mogilev em 1975 e na Academia Agrícola da Bielo-Rússia em 1985, em História e Economia. É casado, tem três filhos (um deles de uma relação extraconjugal com a sua médica) e é presidente da Bielorrússia desde 1994. É considerado por muitos, “o último ditador da Europa”.

Por Renato Pereira

Lukashenko é o único presidente da Bielorrússia desde a existência do país. Eleito pela primeira vez em 1994, está até hoje no poder. Apesar de a oposição o acusar constantemente de eleições fraudulentas, o mesmo ignora todos esses comentários. Quando em 2021 se juntaram 200 mil pessoas para protestar contras os resultados das eleições, o mesmo disse: “até que eles me matem, não haverá novas eleições”.

É um presidente cheio de controvérsias e não é só na política. A sua esposa, Galina Rodionovna, com quem é casado desde 1975, foi totalmente afastada da vida do presidente e vive isolada numa fazenda. Lukashenko nunca mais apareceu em público com ela e há vários rumores de um suposto namoro com Maria Vasilevich, Miss Bielorrússia em 2018. O que é facto é que em 2019, sem experiência política alguma, Maria Vasilevich ganhou um assento parlamentar no Parlamento bielorrusso, gerando muita polémica.

A nível político, mais polémicas. Quando o país passava pela COVID 19, o presidente deu uma entrevista onde disse que “é melhor morrer de pé do que viver de joelhos! Não há vírus no gelo. Isto é um frigorífico. Eu vivo a mesma vida que sempre vivi, ainda ontem tive uma sessão de treino com a minha equipe. Encontrámo-nos, apertámos as mãos, abraçámo-nos, batemos uns nos outros”. O mesmo assumiu em 2020 que tinha apanhado COVID 19, mas que acabou por recuperar.

Os protestos por parte do povo, não são permitidos. Quando em 2020 Svetlana Tikhanovskaya perdeu as eleições contra Lukashenko, a mesma pediu recontagem dos votos, mas teve que deixar o país e refugiar-se na Lituânia depois de receber ameaças. As ligações com a China e a Rússia também são fortes criticas que a União Europeia faz ao mesmo. Na invasão da Rússia à Ucrânia, Lukashenko sempre disse que a Bielorrússia estaria ao lado da Rússia.

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