Ana Gomes, a candidata que ‘persegue’ Marcelo
Com quase 30 anos de ligação à política, Ana Gomes, decidiu avançar com a candidatura para as eleições presidenciais de 2021. No currículo conta com o trabalho de consultoria na presidência de Ramalho Eanes, entre 1982 e 1986, assim como, a participação em várias missões como membro do Parlamento Europeu. Com apoio anunciado do PAN, do LIVRE e de algumas figuras emblemáticas do Partido Socialista (PS), a candidata pretende destronar o ciclo do Presidente dos “afetos”.
Por André Reis
Licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1979, Ana Gomes, no começo da sua carreira, dedicou-se essencialmente às relações diplomáticas. Duas décadas de carreira diplomática com a participação como embaixadora de Portugal em Jacarta, no conflito entre Timor-Leste e a Indonésia. Em entrevista à Visão, José Ramos-Horta, antigo Presidente de Timor-Leste e Nobel da Paz, revela que Ana Gomes foi uma “figura audaciosa” naquela missão.
Após a diplomacia e depois de se tornar militante do Partido Socialista (PS), em 2002, a candidata foi incluída na lista do PS às eleições europeias de 2004, sendo reeleita em 2009 e em 2014. Foram 15 anos de ligação à política europeia onde se dedicou, fundamentalmente, a assuntos de política externa dos países membros.
Currículo de peso para a candidatura à Presidência da República. Criticada por muitos por ser “populista” a ex-eurodeputada que tem marcado uma forte presença no Twitter, anunciou a sua candidatura para Presidente da República numa conferência de imprensa que contou apenas com a sua presença e os meios de comunicação social, no dia 10 setembro de 2020.
Com os novos moldes da campanha eleitoral para as presidências de 2021, Ana Gomes, tem ‘perseguido’ os pontos fracos do atual mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. Várias entrevistas concedidas aos órgãos de comunicação social onde as acusações de uma má governação do atual mandato são constantes, seguem-se alguns exemplos: “Ana Gomes acusa Marcelo de normalizar o Chega”; “Ana Gomes acusa Marcelo de menorizar eleições”; “É perigoso Marcelo continuar como PR no pós-Costa”; “Marcelo é o maior desestabilizador do Estado”.
O reconhecimento a nível internacional é uma das armas de Ana Gomes para esta campanha eleitoral, contudo, a candidata tem um forte opositor que segundo a última sondagem da SIC-Expresso feita pela ISCT (Instituto Universitário de Lisboa) 78% dos portugueses estão satisfeitos com o desempenho do atual presidente.