De Moçambique para a ESEV: 25 anos dedicados aos alunos

Da hotelaria, área em que que trabalhou durante a juventude, Daniel Pestana Vasconcelos é atualmente técnico superior dos Serviços Financeiros da Escola Superior de Educação de Viseu. O funcionário veio para Portugal com 5 anos de idade, mas afirma que fez toda a sua formação em Viseu, incluindo o último ano do jardim de infância. Natural de Maputo (Moçambique), a oportunidade de emprego na ESEV surgiu através de uma pessoa amiga e depois através do Centro de Emprego e de Formação profissional de Viseu. 

Nos 25 anos em que trabalha nesta instituição foi subindo gradualmente na carreira, começando por contrato de “empregado de limpeza”. Passou por terceiro, segundo e primeiro oficial, foi assistente até chegar à atual função, estando mais ligado à área financeira, tendo ainda passado pelos Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Viseu. Daniel sente-se concretizado com a atual função que desempenha e considera que os alunos e os funcionários são importantes para o bom funcionamento da instituição.

“Fui subindo esses degraus, não passei nenhum, nem à frente de ninguém, aliás até me sinto um bocadinho prejudicado perante alguns colegas dos serviços centrais”, confessa.

O colaborador dos Serviços Financeiros – Aprovisionamento e Património da Escola Superior de Educação de Viseu considera que devem existir mudanças, algumas delas drásticas. As alterações deviam ir ao encontro tanto da instituição como da legislação em vigor, para isso Daniel afirma que os dirigentes deveriam ouvir os trabalhadores e fazer mudanças sempre que for necessário e possível.

Para além de funcionário, Daniel estudou na Escola Superior de Educação de Viseu, onde se licenciou em Artes Plásticas e Multimédia. O responsável pela parte patrimonial, aprovisionamento da ESEV afirma que apesar de ter muitos sonhos profissionais gosta “muito” do que faz, sorrindo quando o afirma. Um dos objetivos de Daniel Vasconcelos é terminar a tese da pós-graduação em Artes, Design e Multimédia. O gosto pela profissão é notório, ilustrando que, mesmo não pertencendo à gestão dos contratos de limpeza continua a fazer vistorias diariamente das salas e laboratórios para assegurar que estão reunidas as condições necessárias para o decorrer das aulas, bem como o bem-estar dos alunos. Para ele os alunos são “o cerne da instituição, o pilar da escola”.

A Escola Superior de Educação de Viseu, já contou com mais cursos. Para Daniel a fusão de alguns tais como Educação de Infância e Educação do Primeiro Ciclo, no Pós Bolonha, foi a principal razão que levou à descida de lugares no ranking das Instituições Politécnicas nacionais.

Entre muitas histórias caricatas passadas com alunos o funcionário da ESEV conta uma delas com muito orgulho.

Daniel lamenta que os alunos ao longo dos anos têm mudado bastante, tornando-se “mais imaturos e cada vez menos responsáveis, não sabendo estar nos locais”. Para além disso os alunos, na sua opinião deixaram de respeitar os mais velhos, porém revela que esta opinião pode estar relacionada com a diferença de idades entre ele e os alunos.

“Sinto-me orgulhoso primeiro porque eu estudei aqui também, conheço muita gente que aqui estudou, conheço a instituição não só como profissional, mas também como antigo aluno e o meu filho também aqui estudou e, portanto, eu sinto-me com bastante orgulho em todos os alunos que consigam singrar na vida, que conseguem estar no topo dos quadros ou que se sintam profissionalmente realizados”, revela com entusiasmo. O funcionário da ESEV mostra-se orgulhoso quando fala sobre a instituição e dos alunos.

O filho de Daniel estudou na Escola Superior de Educação de Viseu no curso de Comunicação Social. Mas o facto de o pai trabalhar na instituição não influenciou a escolha dele. “Ele, tal como vocês, escolheu o curso que queria”, afirmou sorrindo.

 

Texto de: Ana Beatriz Almeida, Ana Raquel Abreu, Ana Rita Costa e Beatriz Tavares

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