Entre debates e desconfianças, os jovens não desistem do voto
Apesar da abstenção juvenil ser frequentemente apontada como um problema em Portugal, vários estudantes na rua demonstraram confiança na sua decisão de voto para as próximas eleições legislativas. Todos afirmaram que tencionam votar e que já sabem em quem vão votar.
Por: Inês Henriques, Maria Inácio e Marco Sousa
As razões que os levaram à escolha do partido variam entre questões familiares, reflexão pessoal e influência dos meios digitais. Para Raquel Pereira, estudante de 21 anos, a decisão é quase um legado passado de geração em geração: “Sempre foi a escolha da minha família, nunca senti necessidade de mudar. Acho que as decisões desse partido são as mais acertadas”, afirmou a jovem. Sara Pereira, estudante de 20 anos, reforçou essa lógica.
Outros revelam um processo mais autónomo e informado. Há quem tenha escolhido com base nas ideologias do partido, quem acompanhe debates políticos para comparar propostas ou quem já tenha o hábito de votar sempre no mesmo. “Vi alguns debates e já sabia o que cada partido oferece”, contou Miguel Fonseca, de 20 anos.
As redes sociais também desempenham um papel importante na formação de opinião. Diana Carvalho, estudante de 18 anos, referiu que a decisão surgiu da combinação entre a leitura do plano eleitoral, os conteúdos políticos nas redes e os debates televisivos. Já para a estudante Inês Sousa, de 19 anos, foram as conversas com os amigos que mais influenciaram a escolha.
Mesmo assim, todos têm consciência de que muitos continuam afastados das urnas. E compreendem porquê: “Os portugueses também já viram que entre votar num e votar noutro vai dar sempre ao mesmo. A maioria são corruptos, depois não se sabe quais são quais e quais é que não são. Alguns são extremistas e outros não tomam medidas nenhumas. É sempre tudo o mesmo”, apontou Miguel Fonseca. Já para Diana Carvalho, não é bem assim.
As respostas revelam um misto de desilusão e desconfiança que ajuda a explicar a persistente taxa de abstenção em Portugal. Ainda assim, para estes jovens, a solução passa pelo voto.