Eleições Autárquicas em Viseu: um apelo aos jovens para não esquecerem Portugal
Com as eleições autárquicas à porta, os viseenses preparam-se para votar no próximo
domingo (12). A população mostra-se atenta aos vários problemas do concelho e incita
ao voto como forma de participação cívica, principalmente à participação dos jovens.
Entre as principais preocupações estão as condições das estradas, a limpeza urbana, o
desenvolvimento económico e o abandono do centro histórico da cidade.
Por: Filipa Leal e Maria Oliveira
Dos viseenses ouvidos, há um sentimento claro de que o concelho precisa de maior
atenção, nomeadamente nas localidades. Dentro da cidade, o esquecimento do centro
histórico é o que mais preocupa os cidadãos.
José Ladeira, 71 anos, reformado, destaca que “as povoações em volta da cidade estão
esquecidas” e apesar das críticas, afirma que vai votar e defende que “um bom presidente da Câmara tem de ser honesto e não ser vingativo”.
Já Hugo Costa, 44 anos, técnico de ótica, foca-se na deterioração do coração da cidade,
“a zona histórica está-se a deixar morrer e é pena, porque é o centro da cidade”. A falta
de efetivos policiais é uma das questões a que os autarcas deviam estar mais atentos, “é
muito reduzido para o desenvolvimento que a cidade está a ter”, explica viseense.
O atual presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas é o único presidente
de Viseu com uma carreira tão longa: governou a cidade durante 24 anos consecutivos,
entre 1989 e 2013, foi reeleito passado 8 anos em 2021 e agora recandidata-se para o que será o seu último mandato.
A questão económica é também uma das preocupações centrais da população de Viseu.
Sandra Ferreira, 35 anos, gestora, reconhece o esforço de Fernando Ruas, mas considera
que “existem falhas no desenvolvimento económico, cultural e turístico”. Defende que
Viseu precisa de “mexer mais” para atrair investimento e turismo quer a nível nacional,
quer internacional.
Fernando Sousa, 62 anos, reformado, mostra-se mais confiante no trabalho do atual
presidente. “É um trabalho que está à vista de quem o segue. As pessoas querem sempre mudança, mas até à data não tenho razão de queixa”, afirma Fernando Sousa. Embora não vá votar este ano por motivos pessoais, o viseense acredita que um bom autarca deve “estar perto do povo e conhecer as suas carências”. Aos jovens eleitores, deixa uma mensagem de esperança e orgulho: “Que acreditem em Portugal e olhem para o passado dos pais e dos avós. Fomos um país pequeno que globalizou o mundo”.
Nas últimas eleições autárquicas (2021), o Partido Social-Democrata (PSD) venceu as
eleições com 46,68% de votos, elegendo 5 vereadores. O Partido Socialista (PS), que teve como João Azevedo como candidato à presidência obteve mais de 38% dos votos e elegeram 4 vereadores. As restantes forças políticas não tiveram votos suficientes para
eleger representantes.
A ideia de que o voto continua a ser o principal instrumento da mudança é o cerne da
sociedade. “Se nós não votarmos, depois também não podemos opinar. É essencial
analisar as propostas e votar”, realça Hugo Costa.
