Setor dos componentes para automóveis pode perder quatro mil empregos em 2021

O setor dos componentes automóveis em Portugal pode perder cerca de quatro mil postos de trabalho este ano, quatro vezes a perda de emprego verificada em 2020, anuncia o presidente da Associação de Fornecedores da Indústria Automóvel (AFIA).

Por Mariana Fernandes

No mês de agosto (2019) verificou-se que as exportações de componentes automóveis diminuíram 7,9%, para 518 milhões de euros, acumulando um decréscimo de 4,9% desde início do ano, para 6.065 milhões de euros, informou a associação setorial.

O empresário José Couto, em declarações à agência Lusa, garante que as 358 empresas do setor, que empregam diretamente 61 mil pessoas, não pretendem que haja despedimentos, dada a especialização e qualificação dos seus trabalhadores.

O governo tem conhecimento destes dados, a quem a AFIA pede medidas para contrariar o possível aumento do desemprego, nomeadamente a reativação do lay-off simplificado, revela José Couto.

“Em 2019, tínhamos 62 mil trabalhadores, baixamos 2% em 2020, passamos para 61 mil. E neste momento, a nossa expectativa é que diminua o número de população empregada”, afirma o empresário.

Em consequência, no setor dos componentes para automóveis, está o decréscimo das encomendas dos clientes, nomeadamente dos construtores europeus, com efeitos na diminuição da produção.  Segundo José Couto, as matérias-primas estão escassas e a demora é acentuada, contribuindo para “um problema complicadíssimo” e um aumento dos preços dos produtos. No ano de 2020, a venda de automóveis novos na Europa caiu 23,6% (menos 4,4 milhões de veículos) e em 2021, até agosto, já se comercializaram menos 24,4%.

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