“Como é possível legislar sobre a eutanásia, quando tudo o resto está por fazer?”

António Melo, médico anestesista no Hospital da Luz Arrábida, aponta que é urgente tomar medidas que melhorem o acesso à saúde dos cidadãos. Só depois de todo este trabalho feito, é que se pode legislar de uma forma serena, consciente e humanista sobre a eutanásia.

Por Ana Nogueira e Mónica Cardoso

António Melo é “a favor de uma medicina personalizada, humanista e que responda aos problemas dos cidadãos”, mas sente também que esta questão não está a ser bem conduzida, afirmando que “É urgente tomar medidas que melhorem o acesso à saúde dos cidadãos. Só depois de todo este trabalho feito se pode legislar de uma forma serena, consciente e humanista sobre a eutanásia.”.

A lei que foi aprovada no dia 20 de fevereiro pelos partidos é uma porta aberta para a despenalização da eutanásia em Portugal, mas ainda falta muito caminho para ser declarada como lei.

O tema gera opiniões controversas nos viseenses, mas a aprovação da eutanásia é a opinião mais manifestada. “Sou a favor. As pessoas estão muitas vezes em sofrimento, e devíamos respeitar a sua decisão em pôr fim à vida”, opinou Fernando Ferreira, cidadão de Viseu.

Também Margarida Correia, estudante de enfermagem no Instituto Politécnico da Escola Superior de Saúde de Viseu concorda com a aprovação da eutanásia. “Concordo com o ato de proporcionar uma morte digna e serena. Nem com os melhores cuidados paliativos a dor é amenizada”.

A eutanásia voluntária é legal na Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Colômbia, e esta quinta-feira, Portugal deu os primeiros passos para a sua legalização.

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