Alunos reivindicam o fim dos exames nacionais

O fim dos exames nacionais é uma das reivindicações que leva, hoje, dia 20 de março, vários alunos do ensino secundário das escolas de Lisboa a sair à rua em protesto. As opiniões dividem-se, no entanto, a maioria dos alunos de Viseu considera este sistema injusto.

Em relação ao método de avaliação, os exames são uma forma mais fácil de avaliar os conhecimentos do aluno. Por outro lado, “uma pessoa pode saber os conteúdos, mas por causa dos nervos e da ansiedade, pode não conseguir realizar a prova”, refere Francisco Vaz, aluno do 11º ano da Escola Profissional Mariana Seixas. Segundo Martim Lousada, aluno do 10º ano da Escola Secundária Alves Martins, “dois anos na escola contam o mesmo que duas horas na sala a realizar a prova”, sublinhando que os exames não deveriam ter tanto peso no ingresso ao ensino superior.

Há ainda quem defenda a continuação da realização dos exames nacionais. Ana Esteves, aluna do 11º ano da Escola Profissional Profitecla, sustenta que “é importante fazer exames nacionais para avaliar tudo aquilo que é aprendido nos 3 anos”.

Um método alternativo à realização dos exames seria “considerar apenas a média interna dos alunos, uma vez que os exames têm demasiado peso, e a média interna não chega”, como destaca Tatiana Caiado, aluna do 12º ano da Escola Secundária Alves Martins.

Rui Teixeira, aluno do 12º ano da Escola Secundária Emídio Navarro, afirma que “a melhor forma de avaliar para a entrada na faculdade é cada escola fazer um exame de admissão”, e não fazer exames a disciplinas, muitas vezes, pouco relevantes para o percurso académico e profissional.

Em termos de condições de ensino das escolas secundárias de Viseu, muitos alunos consideram que “os professores não pensam nos alunos e não facilitam, na medida em que juntam muitos testes e tarefas”, como conta Samuel Sousa, aluno do 10º ano da Escola Secundária Emídio Navarro.

Quanto aos serviços das escolas, os alunos admitem que são precários, e que existe uma grande falta de funcionários.

Os alunos julgam que uma manifestação realizada em Viseu e em conjunto com outros distritos, poderá causar um impacto tão significativo como a manifestação na capital. “A manifestação deve ser feita por todos os alunos para que assim todos juntos, possamos chamar a atenção dos responsáveis pelo ensino”, como refere Beatriz Almeida, aluna do 11º ano da Escola Secundária Emídio Navarro. Acrescenta, ainda, que é um fator positivo os alunos quererem mostrar o seu descontentamento em relação às condições de ensino.

 

Reportagem:Cristiana Paiva, Joana Simões e Michaela Costa

Imagem: https://www.freeimages.com/Jenny Rollo

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