Joe Biden: Um símbolo de resiliência e liderança em tempos de desafios

Nascido em Scranton, Pensilvânia, Joe Biden superou uma infância humilde, tragédias pessoais e desafios políticos para se tornar o 46º presidente dos Estados Unidos. Aos 82 anos, lidera com determinação um país em busca de união, enfrentando crises internas e conflitos globais.

Por: Joana Lourenço

Joseph Robinette Biden Jr., ou simplesmente Joe Biden, nasceu a 20 de novembro de 1942, na cidade de Scranton, Pensilvânia, numa família católica de origens humildes. Primogénito de quatro irmãos, herdou da mãe, Catherine Eugenia, a resiliência irlandesa, enquanto do pai, Joseph Sr., aprendeu sobre determinação nos tempos difíceis. Foi nesse ambiente que começou a moldar o caráter do homem que viria a ocupar a Casa Branca.

Na juventude, Joe destacou-se não apenas como atleta, mas também como um líder natural. Na Archmere Academy, em Claymont, Delaware, liderou o clube de futebol americano a uma temporada invicta e participou ativamente de movimentos sociais, como um protesto contra a segregação racial num teatro local. Apesar de enfrentar desafios acadêmicos, era carismático e comprometido, qualidades que lhe valeram a eleição como representante de classe nos últimos anos do ensino médio.

Formado em Direito pela Universidade de Syracuse, Biden iniciou a sua carreira como advogado, mas foi na política que encontrou a sua verdadeira vocação. Eleito senador pelo Delaware em 1972, aos 29 anos, enfrentou tragédias pessoais que testaram a sua força. Pouco depois da sua vitória histórica, perdeu a primeira esposa e a filha de um ano, Naomi, num acidente de carro, durante as compras de Natal em Hockessin, Delaware. Mesmo devastado, assumiu o cargo, viajando diariamente de comboio para estar perto dos filhos sobreviventes, Beau e Hunter. O seu filho mais velho, Beau, morreu de cancro no cérebro em maio de 2015, aos 46 anos. Desde que o filho morreu o pai cita o seu nome emocionado em quase todas as oportunidades, “Embora ele não esteja mais connosco, todos os dias ele continua a inspirar o próximo Presidente dos Estados Unidos”. Cita também, “Francamente, quando me fizeram a pergunta (sobre a morte do filho), pensei comigo mesmo: não era da conta deles”, explicou Biden. “Durante o Memorial Day realizamos uma cerimónia em sua homenagem, com a presença de amigos e familiares e das pessoas que o amavam. Não preciso de ninguém, não preciso de ninguém para me lembrar quando ele faleceu”, assegurou o presidente.

Durante 36 anos no Senado, Biden consolidou-se como uma das vozes mais influentes da política norte-americana. Liderou comitês estratégicos, como o de Relações Exteriores e o Judiciário, onde ajudou a moldar políticas cruciais para os Estados Unidos e o mundo. Como vice-presidente do Barack Obama entre 2009 e 2017, foi peça-chave na recuperação econômica pós 2008 e na política externa, incluindo a missão de retirada das tropas no Iraque.

Quando assumiu a presidência em 2021, Joe Biden herdou um país dividido e marcado pela pandemia de COVID-19. A sua prioridade foi enfrentar a crise sanitária e econômica, o que resultou no ambicioso Plano Americano de Resgate Econômico. Nos anos seguintes, Biden aprovou projetos bipartidários voltados para infraestrutura e manufatura, tentando revitalizar a economia e unir o país.

No cenário internacional, Biden mostrou uma postura firme. Recentemente, comentou o fim do regime de Bashar al-Assad na Síria, declarando que “há uma oportunidade para libertar o povo sírio”. Ele relacionou o colapso à “fragilidade da Rússia”, incapaz de proteger aliados devido aos reveses causados pela resistência ucraniana. Biden destacou que a coalizão ocidental, liderada pelos EUA, foi decisiva para construir um “muro” contra a agressão russa.

Embora tenha enfrentado acusações e ataques políticos que atribui a adversários, Biden mantém a postura resiliente que o caracterizou ao longo da vida. “As acusações nos casos só surgiram depois de vários dos meus adversários políticos no Congresso os terem instigado a atacar-me e a oporem-se à minha eleição”, disse Biden.

Hoje, Joe Biden permanece uma figura polarizadora, mas também um símbolo de perseverança. Aos 82 anos, carrega nos ombros não apenas o peso de governar, como o facto de ser o presidente mais velho dos EUA. O jornal expresso afirma que “Quase 90% dos americanos pensam que Joe Biden é demasiado velho para novo mandato”, então Biden viu-se obrigado a desistir da corrida à Casa Branca e apoia Kamala Harris, “Biden é um resiliente. Não é um homem dado a desistir dos obstáculos que surgem pela frente. Mas nesse caso, a pressão estava muito forte. Até grandes apoiadores dele, como Barack Obama, passaram a sinalizar que era melhor desistir e abrir espaço para outro”, disse Valdo Cruz. Também leva com  ele a responsabilidade de guiar os EUA em tempos de incerteza, enquanto busca deixar um legado de união e resiliência para as futuras gerações.

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