Perfil. Nicolás Maduro, o “herdeiro do chavismo”
Nicolás Maduro Moros é um político venezuelano e o atual presidente da República Bolivariana da Venezuela. Foi motorista de autocarro e sindicalista e, aos 62 anos, é um veterano “chavista” conhecido por ser conciliador e moderado. Maduro foi ministro dos Negócios Estrangeiros e tem a sua trajetória marcada pela lealdade a Hugo Chávez e pela controvérsia em torno do seu mandato.
Por Carolina Marques
Nascido em Caracas, Venezuela, a 23 de novembro de 1962, Nicolás Maduro Moros é filho de Nicolás Maduro García, um sindicalista que influenciou a sua trajetória política. Maduro cresceu num ambiente humilde, mas sempre destacou o seu apoio às causas sociais. Iniciou a carreira como motorista de autocarros e foi sindicalista, defendendo os direitos dos trabalhadores. É casado com Cilia Flores, uma figura política influente e sua aliada estratégica, com quem partilha o compromisso com o legado chavista.
Sem uma formação académica formal, Maduro consolidou a sua base política através do ativismo e da lealdade a Hugo Chávez, de quem se tornou um dos principais aliados. Enquanto chanceler (2006-2013), foi responsável por reforçar alianças com países como Cuba, Rússia e China, fortalecendo a política externa bolivariana e afirma numa entrevista ao BBC News, que “a Venezuela é um país com capacidade para satisfazer as necessidades do povo”.
Com a morte de Hugo Chávez em 2013, Nicolás Maduro assumiu a presidência provisoriamente, vencendo as eleições no mesmo ano por uma margem renhida. Desde então, tem enfrentado um cenário interno marcado por uma grave crise económica e social, além de intensas críticas internacionais e acrescenta que “o governo fracassou desde o primeiro dia. Existem meios de comunicação internacionais, existem declarações de chancelarias governamentais que o reconhecem, mas ele não existe na realidade e este é um ato de buffet que acabará por deflacionar”.
O seu governo é conhecido por implementar medidas autoritárias, como a dissolução de instituições democráticas e a repressão a opositores, mas também por sustentar programas sociais alinhados ao chavismo. A hiperinflação, o colapso da infraestrutura e a saída massiva de venezuelanos para outros países têm marcado a sua gestão, enquanto Maduro atribui esses problemas a uma “guerra económica” liderada pelos Estados Unidos. Apesar das críticas, Nicolás mantém o apoio das Forças Armadas e de aliados internacionais estratégicos. Para os seus defensores, é o guardião da soberania venezuelana e do projeto bolivariano; para os seus críticos, simboliza um regime que intensificou a crise humanitária e enfraqueceu a democracia.
Reeleito em 2018 em meio a acusações de fraude eleitoral, Maduro continua no comando do país, defendendo a “revolução bolivariana” e o combate ao imperialismo e no seu discurso afirma que “não puderam com as sanções, não puderam com as agressões, não puderam com as ameaças, não puderam agora e não vão poder jamais brincar com a dignidade do povo da Venezuela”. Com discursos citando referências ao legado de Chávez, procura fortalecer a sua base de apoio enquanto enfrenta uma pressão crescente. dos opositores e da comunidade internacional.