Perfil: António Guterres nasceu para ser político

Sem snobs, um aluno exemplar que cumpria até as regras de usar gravata no corredor do liceu. Os colegas de escola tinham uma grande admiração por Guterres, tendo-o elegido várias vezes como chefe de turma.

Por Laura Almeida

Nascido em 30 de abril de 1949, em Lisboa, António Manuel de Oliveira Guterres, filho de Virgílio Dias Guterres e de Ilda Cândida de Oliveira. O ex-primeiro ministro conta com um vasto percurso profissional.

Com uma média de 18 no liceu, ganhou em 1965 o Prémio Nacional dos Liceus. Em 1971 licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica, pelo IST, Instituto Superior Técnico de Lisboa. É recordado como sendo uma pessoa integra e aplicada nos estudos, pelos antigos colegas de turma, tanto do liceu como do Instituto Superior Técnico.

Luís Miguel Cintra, colega de turma de António Guterres, em declarações ao Público, recorda o atual secretário-geral das Nações Unidas como um bom aluno “em tudo: no comportamento, no aproveitamento e até nas suas capacidades de chefia”. “Conseguia exercer o cargo sem chatices nenhumas. Era inteligente, falava muito bem, escrevia muito bem, não tinha dificuldades de comunicação”.

O ator ainda destaca mais uma memória com Guterres, dos seus tempos no Liceu de Camões. “Tive hepatite no 5.º ano, que me obrigou a ficar de cama. Ele, que morava no meu bairro e tinha de passar em frente a minha casa todos os dias, fazia o favor de deixar os seus cadernos das aulas de Química. E os seus apontamentos eram tão bons que eu nesse ano acabei por tirar melhores notas do que ele!”, revive Luís Cintra em asserções ao Público.

Para além de um comportamento exemplar, Guterres era muito dedicado aos estudos e chegou a abdicar das férias de verão para estudar. “Nas férias, enquanto a maior parte de nós se divertia, ele estudava a parte da matéria que ia dar a seguir”, relembra José Queiroz, colega de curso de António Guterres, em declarações ao Público.

Quanto à sua carreira na política, após o 25 de Abril aderiu ao Partido Socialista, onde teve a oportunidade de exercer os seus primeiros cargos políticos, chegando a ser eleito secretário-geral do PS em 1993. Mais tarde, entre 1995 e 2002, exerceu o cargo de primeiro ministro de Portugal.

Foi em 2005 que iniciou o seu percurso internacional na política, tendo sido eleito alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, cargo que exerceu até 2015.

Atualmente é o secretário-geral das Nações Unidas e é também o porta-voz de todos os cidadãos europeus expondo os seus interesses e preocupações.

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