Mulheres à frente do poder
Inês Tavares Rodrigues tem 28 anos e é presidente Juventude Social Democrata da Murtosa (JSD). Ao #DaComunicação a líder conta o que a levou a recandidatar-se e quais os objetivos para o futuro da Comissão Política da Murtosa. Desabafa sobre a postura dos jovens perante a política e também sobre a importância das juventudes partidárias.
Este ano, recandidatou-se à presidência da Juventude Social Democrata da Murtosa. O que a levou a querer continuar a assumir o cargo?
Mais do que assumir um cargo político, tomei a decisão de dar continuidade a um projeto. Um projeto onde estão envolvidos muitos jovens motivados e apaixonados pela Murtosa, aquilo que entendi que seria imprescindível quando tomei a decisão de me recandidatar e ser novamente a cabeça de lista da Comissão Política da Juventude Social Democrata da Murtosa.
Quais são os objetivos para este mandato?
Os objetivos deste mandato poderão ser resumidos em três pontos essenciais:
Melhorar a estratégia de comunicação da JSD da Murtosa, que inclusivamente já começou com a criação de um novo logotipo, e, uma presença reforçada nas redes sociais e nos meios de comunicação. Esta aposta, deve-se ao facto de ser importante para a JSD estar presente nos meios que os jovens usam para comunicar, só assim conseguiremos que a nossa mensagem chegue a mais pessoas.
Apoiar em todos as fases/processos das eleições autárquicas. Esta JSD irá ser o motor da campanha, será a JSD que irá agitar bandeiras e carregar os púlpitos, mas não se cingirá apenas a isso, pois, sabemos a importância crescente das estruturas das juventudes partidárias.
Por último, mas não o menos importante, é a união dos militantes da JSD Murtosa. Esta Comissão Política contará com todos aqueles que tenham vontade de arregaçar as mangas e lutar pela Murtosa.
Quais os maiores desafios com que se tem deparado?
Irei resumir em dois grandes desafios. O primeiro é o de continuar a contribuir para um desenvolvimento sustentável e criativo da Murtosa e do distrito de Aveiro, tendo sempre como prioridade as pessoas e a sua qualidade de vida, a justiça social e a igualdade de oportunidades desde a educação, à formação, ao emprego e à saúde. E claro, a não descriminação devido ao sexo, religião, raça, etnia e /ou cor de pele, doença ou ser portador de deficiência. O segundo é promover a participação cívica dos jovens através de um conjunto de iniciativas que envolvam a juventude murtoseira na procura de propostas para o futuro do Concelho tendo em conta aquilo que referi no primeiro objetivo.
É óbvio que se tudo isto fosse possível, a Murtosa seria o local ideal para morar durante toda a nossa vida, mas nem tudo é possível garantir e concretizar. Contudo, acredito que o contributo de cada jovem pode fazer com que na Murtosa as decisões tomadas tenham uma perspetiva holística e ainda mais direcionadas para as pessoas.
Qual é a importância das juventudes partidárias, atualmente?
As juventudes partidárias assumem um papel determinante na vida política portuguesa. Não só porque servem como espaço de formação política dos jovens, mas fundamentalmente porque se assumem como organizações de defesa dos interesses e dos anseios da juventude portuguesa. Numa época em que por força da inversão da pirâmide etária os partidos políticos sobrevalorizam os interesses de outras gerações face às dos mais jovens, as juventudes partidárias assumem uma importância cada vez mais crescente. Por este facto, as organizações partidárias de juventude têm cada vez mais de se assumir como estruturas autónomas, nas quais e para as quais, as prioridades sejam as dos seus representados, sob pena de perderem a sua razão de existência.
Na minha opinião, o que os jovens devem “reclamar” são estruturas partidárias de juventude que mais preocupadas com os cartões de militante, queiram saber o que os jovens sentem e pensam sobre a construção do nosso futuro coletivo. Acredito que uma juventude partidária pode também ser uma oportunidade de participação sobre as grandes questões que nos preocupam como geração. Numa juventude partidária é possível discutir questões como o primeiro emprego, o desemprego jovem, a habitação jovem e a educação, mas também é possível apresentar propostas concretas sobre cada uma dessas questões.
Eu acredito profundamente que os políticos e os partidos políticos se têm progressivamente afastado dos jovens. Têm-se afastado sobretudo da sua linguagem, das suas prioridades, da sua forma de estar. E por isso, não acredito que a política se continue a realizar nos moldes atuais.
A Politica é feita por todos e por cada um de nós.
Qual é a atitude dos jovens da Murtosa perante a política?
Infelizmente a maioria dos jovens não quer saber da política. Os jovens portugueses estão cada vez mais insatisfeitos com a democracia e os da Murtosa, parece-me a mim que também. Da minha experiência pessoal, aqueles que não pertencem a nenhuma estrutura, raramente afirmam ter simpatia por um ou outro partido. Infelizmente, também são cada vez menos os jovens que procuram notícias sobre a política (nos nos jornais, televisão ou rádio) e a terem uma participação cívica e política. Tudo isto se reflete numa falta de envolvimento político que a JSD também deve tentar contrariar. Aquilo que me vou apercebendo é que apesar da baixa participação política, os mais ativos são os jovens com mais escolaridade e aqueles que se identificam com um determinado partido.
Catarina Rebimbas
Imagem: PSD Distrital Aveiro