Marisa Matias: de empregada de limpeza à mulher mais votada nas presidenciais

Marisa Isabel dos Santos Matias, conhecida por pintar as redes sociais com batom vermelho, tem 45 anos e é eurodeputada pelo Bloco de Esquerda. Nasceu em Coimbra a 20 de fevereiro de 1974 e o seu percurso académico foi na área de sociologia.

Por Miriam Gonçalves

O seu grande potencial é ser ativista, luta tanto pelo direito ambiental, como por valores humanos. Caracterizada como humilde, morena e de olhos castanhos, defende o direito das mulheres, o ativismo LGBTI e o ativismo da cidadania.

Marisa Matias é trabalhadora-estudante desde os 16 anos, ocupou cargos como empregada de mesa e de limpezas domésticas com o objetivo de pagar os seus estudos e ajudar as necessidades familiares. Nomeada como uma “mulher de causas”, a luta inicia quando organiza greves contra as Provas Gerais de Acesso e contra as propinas em 1992.

Secretária de Revista Crítica de Ciências Sociais, foi o seu primeiro trabalho após a licenciatura. A força de vontade para lutar por causas importantes nunca ficou de lado, realizou protestos contra o bullying, tornou-se vice-presidente da Associação Europeia de Alzheimer e foi membro da direção da Associação Cívica de Coimbra.

Em janeiro de 2021 recebeu uma crítica de André Ventura sobre a imagem que transmitia, devido ao seu batom vermelho, como protesto invadiu as trends de todas as redes sociais e conseguiu alcançar inúmeras respostas face à iniciativa #VermelhoEmBelem.

Em 2020, recebeu ordens para ficar de repouso durante três meses por motivos de saúde, foi-lhe diagnosticado um burnout. “Começou por se traduzir num aumento de ansiedade enorme. De repente, o coração dispara, falta de ar, dor, um aperto no peito. É mesmo a sensação de que acabou”, afirma Marisa Matias ao Observador, no âmbito de uma série sobre saúde mental.

Em 2016, tornou-se candidata às presidenciais e obteve o terceiro lugar com 10,12% dos votos, tendo sido a mulher mais votada até à data. No ano de 2021 foi nomeada novamente a candidata e alcançou o quinto lugar. Atualmente, realiza o terceiro mandato como eurodeputada pelo Bloco de Esquerda.

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