Município de Viseu disponibiliza tablets a alunos, para permitir ensino à distância
A prioridade é encontrar soluções para suprir dificuldades do ensino online, garantir o acesso à educação e a uma refeição condigna
O Município de Viseu, em articulação estreita com todos os agrupamentos escolares do concelho, já delineou um conjunto de medidas para dar resposta aos desafios do ensino à distância, que terá início na próxima semana. Os 500 tablets adquiridos pela autarquia em 2020 vão permitir suprir todas as necessidades do 1º ciclo e colmatar algumas falhas no 2º e 3º ciclo.
“Em boa hora o Município adquiriu um conjunto de equipamentos em número suficiente e atempadamente para aquilo que é da nossa responsabilidade. Desta forma, 325 tablets serão emprestados a alunos do 1º ciclo, assegurando assim resposta às necessidades até agora identificadas neste nível. Apesar dos restantes equipamentos da autarquia poderem colmatar algumas falhas já identificadas no 2º e 3º ciclo, a verdade é que não serão suficientes para todos os alunos que deles necessitam porque, claramente, o Governo falhou”, afirma António Almeida Henriques. Nestes casos, os agrupamentos estão a tentar encontrar soluções que possam substituir os computadores que não chegaram por parte do Estado Central.
No que respeita ao acesso à Internet, o Município de Viseu incluirá nos tablets cartões de dados móveis que permitirão o ensino online. Já para os alunos que habitam em zonas sem acesso a fibra ótica ou rede de dados, serão acionadas medidas que permitirão mitigar as dificuldades. Assim, e à semelhança do que aconteceu em março, no primeiro confinamento, as Juntas de Freguesia e os agrupamentos escolares vão assegurar a impressão e distribuição de fichas e trabalhos às crianças sem acesso à Internet. Paralelamente, poderão ser abertas salas de aula de escolas do Município, com acesso à web, para responder a situações excecionais.
“Mais uma vez ficam claras as assimetrias do país, nomeadamente no que respeita ao acesso a recursos digitais. Tenho dito muitas vezes que é fundamental um plano nacional para levar fibra ótica a todo o país. Hoje em dia, acessibilidade digital através de fibra ótica é tão importante como a eletrificação foi após o 25 de Abril de 1974”, explica António Almeida Henriques. “Depois de quase 11 meses de pandemia, seria de esperar que algo tivesse sido feito, acautelado… No entanto, no que respeita à Educação, parece que a única evolução consiste nos 500 tablets adquiridos pelo Município de Viseu”, diz o autarca. “Em Viseu, estamos convictos da importância do acesso à Internet, pelo que temos já no terreno o programa Viseu 100% Digital, que visa a cobertura total do território no final de 2022”.
Relativamente aos alunos com necessidades especiais, foi estabelecido pelo Governo um procedimento diferente do seguido em março. Assim, estes alunos manter-se-ão em aulas presenciais de forma a evitar prejuízos maiores no seu processo educativo. O transporte das crianças com necessidades especiais para as escolas será assegurado pela Câmara Municipal de Viseu, que está a organizar todo o plano de acordo com as necessidades de cada agrupamento.
Autarquia assegura mais de 150 refeições diárias durante o confinamento
As refeições escolares vão continuar a ser asseguradas seguindo a metodologia iniciada há 15 dias, quando foi decretado o encerramento de todas as atividades letivas. A autarquia viseense está a fornecer refeições diárias a todos os alunos do 1º ciclo com escalão A ou B do SASE. Neste momento, são já 133 as refeições fornecidas por dia, seja nas escolas de origem, ou diretamente em casa de crianças cujas famílias estão em confinamento. Recorde-se que os pedidos de refeição têm vindo a evoluir (eram apenas 77 no início do confinamento) e a tendência é para que continuem a aumentar.
As 133 refeições servidas atualmente incluem também 22 alunos que se encontram nos estabelecimentos escolares de acolhimento, destinados aos filhos de trabalhadores considerados essenciais. Neste formato, o Município mantém em funcionamento as escolas EB Ribeira, EB Mestre Arnaldo Malho, EB Aquilino Ribeiro, EB 2,3 Azeredo Perdigão e EB 2,3 de Mundão. Caso se verifique necessário, e com o objetivo de garantir maior comodidade a estes encarregados de educação, poderá ser equacionada a abertura de outros espaços.
No que respeita aos restantes ciclos de ensino, o apoio está também assegurado, sendo que a gestão, organização e disponibilização das refeições passa por cada um dos agrupamentos escolares. Neste caso, as refeições têm sido asseguradas através do takeaway ou da distribuição, de 15 em 15 dias, de cabazes com produtos alimentares para preparação das refeições em casa. Refira-se que, até ao momento, já foram distribuídos mais de 100 cabazes alimentares no concelho de Viseu.
Para além da estrutura já criada, e das medidas implementadas ou a implementar, todas as situações que venham a surgir serão avaliadas pela divisão de Educação que, através do programa municipal VISEU AJUDA, procurará a solução mais eficaz. Aliás, a articulação com o VISEU AJUDA está já a verificar-se em casos especiais, por exemplo no apoio a um conjunto de crianças provenientes de outros países e ainda sem enquadramento nos escalões do SASE. “Em Viseu, nenhuma criança ficará sem refeição”, afirma António Almeida Henriques.
“As condições são adversas, o país não está preparado e todos sabemos que não há nada que substitua o ensino presencial. No entanto, face à situação que vivemos, o ensino à distância é essencial. Tudo faremos para garantir que as nossas crianças tenham uma refeição condigna e o acesso à Educação”, conclui.