Entregas em casa aumentam em tempos de confinamento
O cenário económico que atualmente se vive em Portugal gera muita incerteza. No entanto o serviço de entrega ao domicílio tem vindo a crescer nos últimos meses, e no atual contexto, ainda mais. O serviço de entregas ao domicílio assumiu um papel muito importante nos tempos de confinamento e levou a uma adaptação por parte do consumidor, que procura cada vez mais a comodidade e a conveniência dos serviços de entrega, e que está disposto a pagar por esse serviço.
Reportagem de Hugo Daniel
Com o aumento do número de pessoas que começaram a estudar ou trabalhar em casa, o setor da restauração foi um dos mais afetados desde o início da pandemia. Em resposta, muitos restaurantes tiveram que se reinventar, e a McDonalds não foi exceção, apesar de já ter adotado o serviço delivery, em parceria com a Uber Eats e a Glovo, em 2017 e 2019, respetivamente.
“Durante este período adverso, e porque a pandemia demonstrou a necessidade de as marcas serem cada vez mais fluídas e se adaptarem às necessidades dos seus clientes, o nosso objetivo passa por crescer através de uma estratégia multicanal para desenvolver todos os canais de forma complementar proporcionando uma experiência de marca consistente entre o físico e o digital”, conta-nos Tiago Sequeira, gerente do McDonalds Viseu Drive.
O McDelivery é, atualmente, um dos motores do negócio da McDonalds, no qual trabalha desde 2017, e que sempre revelou excelentes resultados. Mesmo antes do atual contexto, o serviço de entregas ao domicílio da maior multinacional de fast food já se encontrava em grande crescimento e o consumidor já dava largamente sinais de o valorizar. Este serviço trata-se de um tipo de consumo complementar à visita aos restaurantes McDonalds, sendo que esta continua a ser muito valorizada pelos consumidores, decorrendo sempre com a máxima segurança e confiança, uma prioridade desde sempre, tal como afirma a marca.
“A UberEats e a Glovo são os parceiros certos para estarmos ainda mais próximos dos nossos consumidores e aumentarmos esta área de negócio, bem como o nível de conveniência e personalização do nosso serviço ao consumidor. Ambas as parcerias ganharam peso no nosso negócio, dada a relevância acrescida para o consumidor neste momento pandémico. A oportunidade é enorme e existe ainda uma grande fatia de mercado por explorar. A existência e o dinamismo dos dois parceiros, aliados à força da nossa marca, tem ajudado a desenvolver este importante serviço em Portugal”.
Tiago Sequeira, gerente do McDonalds Viseu Drive
O confinamento geral veio acelerar o crescimento deste serviço, com um forte aumento na sua procura, razão pela qual a McDonalds continua a apostar fortemente neste canal. Houve, inclusivamente, muitos clientes que, durante a primeira fase da pandemia, experimentaram, pela primeira vez, o serviço McDelivery e que ficaram extremamente satisfeitos com a experiência. “Sempre apostámos na conveniência e este serviço é muito valorizado pelos portugueses e acreditamos que tem todo o potencial para continuar a crescer. Com o McDelivery estamos mais próximos dos nossos consumidores, dando-lhes mais opções e aceleramos também a cobertura e penetração do serviço em Portugal, tudo com vista a uma melhor experiência”, revela o gerente da loja.
“Maioritariamente as encomendas passam pelos restaurantes fast-food, com maior destaque à McDonalds, e realmente essas empresas são o nosso maior foco enquanto trabalhadores” acrescentado ainda que “eu até costumo dizer aos meus colegas que se a McDonalds fecha, nós fechamos também”.
Alexandre Bernardo, estudante e estafeta da Uber Eats e da Glovo
De destacar também que durante a pandemia, o número de encomendas, da Uber Eats e da Glovo, realizadas fora de horários de almoço e de jantar aumentou significativamente, o que não tinha tendência a acontecer em tempos pré-pandémicos.
Na McDonalds, foram implementadas medidas de segurança específicas para a prevenção à Covid-19 relativamente ao serviço de entregas no local
“Implementámos medidas para acautelar distâncias de segurança devidamente assinaladas, através da colocação de marcas adesivas no chão do restaurante, que permitem criar um espaçamento de segurança entre os estafetas deste serviço. Introduzimos barreiras acrílicas de proteção junto aos balcões de contacto com os estafetas do serviço McDelivery. Disponibilizámos gel desinfetante para os estafetas, junto aos balcões de recolha de encomendas. E todos os sacos são selados com adesivos próprios, de modo a manterem a qualidade e segurança dos nossos produtos, garantindo que não há qualquer manuseamento ou contacto entre a sua saída do restaurante até à sua entrega ao cliente”.
Rodrigo Mulim, gerente da McDonalds
O reconhecimento aos estafetas de serviço de entrega têm vindo a crescer junto do povo viseense: “existe uma espécie de compreensão por parte dos nossos clientes que, a um certo ponto, entendem o facto de nós, estafetas, estarmos aqui para eles e estarmos disponíveis para que eles sintam um maior conforto em casa” declara Alexandre Bernardo, acrescentado ainda que os clientes têm muito mais cuidado no ato da entrega e que existe também uma colaboração maior com os estafetas. “Antigamente eu ia à porta e atualmente existem pessoas a pedir-me para que deixe sem tocar ou até mesmo no elevador diminuindo assim o contacto, o que nos protege bastante”, refere.
Relativamente aos serviços de entrega, estes tornaram-se mais eficiente devido a menos trânsito nas estradas o que facilita e muito o trabalho dos estafetas, reduzindo também o tempo de entrega esperado.
É sabido, também, que após o confinamento terminar os números tendem a descer: “depois da fase de confinamento, sabemos que a tendência natural é de uma redução na percentagem de novos clientes, contudo acreditamos que vamos continuar a aumentar a base de clientes e consequentemente aumentar a nossa quota de mercado em Delivery.”
Contudo, sabe-se que estes serviços de entrega ao domicílio – bem como o serviço de Take-Away – desenvolveram bastante durante o primeiro período de confinamento. Este é, portanto, o resultado da adaptação do setor da restauração – um dos mais afetados pelas consequências da pandemia – para apresentar uma resposta positiva, reinventando-se, de modo a continuar a operar e subsistir, bem como a garantir a segurança e bem-estar de todos.