Viseu tem marca de produção biológica de sucesso
Na região de Viseu encontra-se uma marca que tem relevado o seu sucesso no seio da Agricultura Biológica. A marca O’baga situa-se na Quinta Vinha do Vale, em Povolide, na região de Viseu. Os dois irmãos, proprietários da empresa, começaram por se dedicar exclusivamente à produção de produtos sob a prática de agricultura biológica em 2012, sendo que em 2015 envergaram pela aventura de lançarem a sua própria marca com o intuito de, não só produzirem, como também comercializarem pequenos frutos e derivados 100 % biológicos. Em entrevista, Diogo Oliveira, um dos irmãos pioneiros da O’baga, explicitou alguns assuntos relativamente à sua marca, que já exporta para países no estrangeiro.
O’baga na feira internacional de Agricultura em Santarém
Quando tempo tem a empresa O’baga?
A marca, ainda não é uma empresa, e foi criada no ano passado. Nós vamos criar agora uma empresa para a O’baga, de produção e comercialização dos nossos frutos. Temos uma pequena quinta de 4 hectares e meio de mirtilo, sendo que este produto é o nosso produto de excelência. Também este ano vamos comercializar a framboesa, tal como a groselha. Também temos outros produtos como compotas e licores. Além da produção biológica, produzimos também produtos convencionais.
Como define o conceito da vossa marca? Porquê a opção pela agricultura biológica?
Nos criamos a marca porque vimos que o mercado não satisfazia as necessidades para o nosso fruto. Começamos a comercializar junto com outros produtores, pois compramos fruto, visto que não temos fruto suficiente para as nossas encomendas. Criamos nesse sentido, conseguimos trabalhar da maneira que queremos, isto é, sendo a mais-valia para os produtores, conseguindo alcançar a excelência dos nossos produtos, pois o nosso fator de diferenciação é mesmo a qualidade. No ano passado alcançamos o sucesso, com zero reclamações, zero de produto que não estava apto. Trabalhamos essencialmente no mercado nacional, sendo que enviamos ainda três paletes para a Irlanda, foi muito residual. Este ano vamos virar-nos para a exportação. No ano passado comercializamos cerca de 10 toneladas de produto. Este ano pretendemos chegar às 30 toneladas.
Porquê o nome O’baga?
Nós somos Oliveira de nome, e o “O” vem mesmo de Oliveira. Escolher o nome foi uma das melhores dificuldades que sentimos. Não nos consideramos criativos, pois essa não é a nossa principal preocupação, e como estamos numa fase inicial não queríamos estar a investir para um nome criativo.
Quais são os pontos fortes da vossa marca?
É essencialmente a qualidade. Compramos o fruto a granel, sendo que o nosso fruto passa pelo controlo de qualidade, não há um fruto que saia que não seja visto por nós. Para garantirmos a qualidade nós passamos por fases de produção: nós produzimos, depois há o embalamento (uma das principais fases do controlo de qualidade), e o principal é tentar manter o fruto o menor tempo possível embalado nas nossas instalações. Nos colhemos, embalamos, e no máximo em dois dias o produto está expelido ao nosso cliente, pois quanto menor for o tempo até chegar às mãos do consumidor, maior é a qualidade do produto. Se me perguntar os pontos fracos, talvez lhe diga que é a falta de investimento numa politica de marketing, uma vez que estamos a ser muito objetivos e não investimentos muito nisso.
Quais os fatores que mencionaria se tivesse de me convencer a comprar os seus produtos e não os de outras marcas pertencentes à concorrência?
O nosso produto primeiro distingue-se por ser biológico, o que trás muitos benefícios para a saúde, mas não só, o sabor é totalmente diferente. A nossa zona de Viseu permite que o mirtilo seja doce, e não ácido como o importado. Ele não é mole mas sim carnudo, possui portanto um bom calibre. É extremamente saboroso. Quando eu e o meu irmão estamos a provar os produtos, os frutos convencionais tento que seja sempre o meu irmão a prova-los, porque de facto os biológicos têm outro sabor. As pessoas já reconhecem isso. Entram em contacto connosco através do nosso site, do facebook, e nós fazemos distribuição pelas suas casas também, embora seja essencialmente para consumidores que pertençam ao corredor/ percurso de Viseu a Lisboa.
Andreia Freitas
Imagem: O’baga