Inês Sousa Real, a ativista da causa animal, que tinha uma galinha de estimação chamada “Pombinha”
Inês Sousa Real, porta-voz do partido PAN é a quinta mulher na política em Portugal. Sportinguista, bailarina e vegetariana, os seus 44 anos marcam-se pela personalidade vincada e pelo carisma.
Por: Rafaela Campos
Paula Inês Alves de Sousa Real, ou como é frequentemente conhecida, Inês Sousa Real, nasceu a 06-06-1980, em Alcântara, freguesia de Lisboa. Licenciada em Direito, com Mestrado em Direito Animal e Sociedade, Pós-Graduação em Ciências Jurídicas e em Contencioso Administrativo, atualmente é jurista e líder do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).
Vegetariana, amante de animais, de música e de dança, sente que passou ao lado de uma grande carreira como bailarina: “Enquanto cozinho e às vezes em reuniões o pezinho vai sempre abanando. Está cá dentro ainda este espírito da dança”, disse em entrevista ao programa Dois às 10. Fez ballet clássico até aos 16 anos e ainda hoje sente falta dessa prática. Para dançar prefere músicas mais powerful e participar no programa Dança Com as Estrelas era algo que não recusava.
Sportinguista, sem razão prévia, a líder do PAN afirma que o seu carisma infantil era bastante semelhante ao atual, já por esta altura não era conforme às maiorias, o pai era portista e a mãe era benfiquista e quando a levavam aos jogos tudo o que ela fazia era gritar pelo Sporting.
Ativista da causa animal, foi há 13 anos que ingressou por mero acaso no PAN, data que coincide com a adoção do seu gato Micas, animal que tal como a sua dona, é cheio de personalidade. A família nunca pensou que ela enveredasse pela política, mas a sua decisão acabou por ser bem aceite. A proteção dos animais surgiu ainda em criança, em casa da avó, no meio de galinhas, cães e gatos, foi aliás a avó que alimentou esta paixão: “Tinha uma coisa maravilhosa. Todos os cães e gatos que encontrávamos a minha avó nunca dizia que não. E aceitava ficar com eles”. A pequena Inês tinha uma galinha de estimação chamada “Pombinha” e abraçava árvores. A deputada acredita que o abandono de animais é flagrante e que quem deseja ter um animal deve adotá-lo e não comprá-lo: “não faz sentido vender pessoas, também não devíamos vender animais”, afirma em conversa com Guilherme Geirinhas na rúbrica “Bom Partido”.
Uma das únicas 5 mulheres com papel de destaque na política portuguesa, usa esse “distintivo” com muito orgulho. Ainda em resposta a Guilherme Geirinhas, confessou que: “nós em política temos de ter a humildade de admitir que não sabemos coisas, acho que é preferível do que mentir”. Pessoa calma e introvertida na sua vida pessoal, admite que tudo desaparece quando se trata de política. Mantém-se sempre fiel aos seus princípios e ideais, contra tudo e contra todos, e ser mulher não lhe dá medo de “dar um murro na mesa” para combater a oposição. Um dos exemplos é a abolição das touradas, medida que Inês Sousa Real luta para implementar há meses, nas suas palavras, as touradas são uma crueldade, uma vergonha e um erro histórico do ponto de vista civilizacional. Em declarações à Renascença, afirmou que se não tiver apoio no Parlamento, promete fazer um referendo.
Inês Sousa Real tem amigos há mais de 25 anos, alguns da juventude, outros da universidade, acima de tudo destaca que tem amizades muito diferentes de si, pessoas de outras forças políticas e outros que ao contrário de si não defendem a causa animal.