Viriatos perderam a batalha, mas a luta foi bonita até final

Torreense, Famalicão, Estoril, Tondela e por fim, o Boavista. Foram cinco as batalhas ganhas até os Viriatos serem derrotados, depois de muito batalharem, por um dragão superior. A história que o Académico escreveu na Allianz Cup foi vitoriosa e histórica, mas apesar do desaire por 3-0, deixou os mais de 3000 viseenses no Magalhães Pessoa e toda uma enorme região orgulhosa destes guerreiros, que prometem vir a dar mais alegrias a Viseu, num futuro próximo.

Por Bianca Leão

O fortuito despertou os Viriatos

Com intenção de vencer a sua primeira Taça da Liga, os atuais campeões nacionais – o FC Porto – entraram melhor na partida, face a uns beirões um pouco “envergonhados” nos primeiros instantes de jogo. Logo aos 6’, vindo de um lance fortuito, os dragões abriram o marcador. João Mário cruzou na direita, Veron ajeitou e atabalhoadamente Eustáquio introduziu a bola na baliza de Grill.

Aos 10 minutos, o Académico mudou o chip e começou a encarar o Porto cara a cara , criando jogadas de um grau superior. Foram diversos os bons apontamentos de Quizera, Milioransa e Bandeira nesse espaço de tempo. O jogo dos viseenses sempre foi bastante vertical, com diversas variações de flanco, com Toro poucas vezes a ser chamado para participar ativamente do processo ofensivo.

Mais vezes do que aquelas que certamente Sérgio Conceição gostaria, os viseenses conseguiram superiorizar-se em 3×2 no terço defensivo azul e branco, mas nunca conseguiram aproveitar esses instantes do jogo.

Pouco mais a destacar nesta animada primeira parte e as equipas recolhiam ao intervalo com a vantagem portista, por uma bola a zero. Nota para a boa primeira metade viseense, com lances bastante bem desenhados, apesar de em abono da verdade, o Académico nunca ter incomodado verdadeiramente Claúdio Ramos.

As pernas começaram a sentir…

O primeiro grande momento da segunda parte foi protagonizado por Grill. Grande defesa a evitar aquele que seria o 2-0 por intermédio de Otávio. O Académico saía algumas vezes em transição, numa partida com a posse sempre dominada pelos dragões. Eram mais as chegadas dos azuis e brancos à área academista, mas na maior parte das vezes sem sucesso na finalização.

De acordo com essa superioridade portista, o segundo golo acabou mesmo por chegar. Foi por volta do minuto 66’ que João Mário descobriu Namaso na área viseense que ampliou o placar. A turma que viajou de Viseu parecia cansada no encontro e cada vez mais os azuis e brancos alugaram o meio-campo academista.

Aos 72’ Jorge Costa trouxe sangue novo nas extremidades, na tentativa de acelerar o jogo da turma viseense e aos 74’, Yuri Araújo quase emendava após cruzamento de Ramirez – jogada elaborada pelos dois jogadores que entraram. Valeu a saída rápida de Claúdio Ramos dos postes.

A machadada final no encontro surgiu com o 3-0. Mais um golo no mínimo caricato, com a bola a entrar na baliza academista após Arthur Chaves tentar aliviar a bola, com a mesma a ressaltar no corpo de Bernardo Folha e a seguir caminho para as malhas viseenses aos 80’.

Até final da partida coube ao Porto acalmar o jogo, tarefa que foi executada com sucesso, devido ao cansaço e à frustração dos jogadores viseenses. O encontro acabou mesmo com o 3-0 final, um resultado dilatado relativamente aquilo que se viu em campo durante os 90 minutos.

Desta forma o Académico interrompe a série de partidas sem derrotas ao 21º jogo. Foi o primeiro encontro esta época em que os viseenses não produziram nenhum golo. Acaba assim esta aventura e a turma de Jorge Costa vai procurar focar-se no campeonato, onde vai receber no dia 1 de fevereiro a formação do Benfica B.

Já o Porto segue para a final da Allianz Cup, onde busca levantar o caneco pela primeira vez. À espera dos azuis e brancos está o Sporting, que derrotou o Arouca (2-1) na outra semi-final e assim procura revalidar o título de campeão de inverno. Este jogo decisivo está marcado para sábado, 28 de janeiro, às 19:45h.

Destaques Positivos:

Quizera – Sempre que tinha a bola nos pés o mágico viseense abria o jogo para jogadas que poderiam ter criado mais perigo.

Milioransa e Bandeira – Os dois alas academistas foram dos jogadores do Académico mais ativos na partida, com boas notas individuais.

Nduwarugira – Bem a defender, bem a ganhar bolas e a distribuir jogo. Um bom pilar no meio-campo academista.

Adeptos – INCANSÁVEL apoio dos adeptos viseenses em Leiria. Foram sem dúvida um 12º jogador em campo. Lindo o momento de harmonia plantel + adeptos no final da partida.

Rui Costa (árbitro) – Sempre muito seguro nas tomadas de decisão, o juiz da A.F. Porto tomou sempre conta do jogo e deixou a partida fluir sem grandes paragens desnecessárias. Nota positiva.