Maggie, a química e advogada que se tornou a “matriota” do Neoliberalismo britânico
Estimada pela maior parte da Direita mundial. Odiada por uns, mas aclamada por outros. Um ícone da luta pelo poder feminino no século XX. Foi a primeira mulher a ocupar um cargo de primeira-ministra na Europa e tornou a Inglaterra na mátria do Neoliberalismo. Esta é Margaret Thatcher.
Por Bianca Leão
A também conhecida como Baronesa Thatcher, nasceu em 1925 em Grantham, do lado Este inglês e pertencente ao condado Lincolnshire. Filha de comerciantes, Margaret Hilda Roberts teve uma infância pacata e iniciou o seu percurso do ensino superior na conceituada universidade de Oxford, em química. Aos seus 25 anos ingressou também no curso de direito, na mesma universidade. Antes de se tornar política, Margaret trabalhou como química e exerceu durante alguns anos advocacia.
O seu legado político iniciou-se em 1959, quando foi eleita deputada pelo círculo eleitoral, bastante conservador, da região de Finchley. Em 1970 chegou de facto ao governo inglês, pelo então primeiro-ministro Edward Heath como ministra da educação e ciência. Em 1975 derrotou o mesmo Edward Heath na liderança do partido conservador inglês e tornou-se primeira-ministra após vencer as eleições parlamentares de 1979. Desta forma, Thatcher tornou-se a primeira mulher governante de um país europeu. “Qualquer mulher que entenda os problemas de cuidar de uma casa está muito perto de entender os de cuidar de um país.”
Logo depois de subir ao governo, a Baronesa Thatcher implementou uma série de políticas económicas que afastavam cada vez mais o estado da economia. Também privatizou diversas empresas e reduziu a influência de sindicatos trabalhistas. “Os socialistas gritam «Poder ao Povo» e erguem o punho cerrado enquanto o dizem. Todos nós sabemos que o que realmente querem dizer é «Poder sobre as pessoas, Poder ao Estado»”. Todas estas medidas diminuíram a inflação britânica e o desemprego. Em 1982 o Reino Unido venceu durante a sua governação a Guerra da Malvinas e nos anos de 1983 e 1987 foi reeleita no poder parlamentar.
As suas políticas ficaram conhecidas como thatcherismo e foi graças a ela que a Inglaterra se mantém como um país de maioria liberal no que toca à sua economia. Maggie, como é carinhosamente conhecida, deu o pontapé de saída para o Brexit de 2020, não fosse a mesma líder de um partido conservador e dona de uma certa “germanofobia”.
A Dama de Ferro deixou-nos em 2013 e consentiu a herança de ouvir atentamente aquilo que a classe média desejava. Foi esse o ímpeto da sua grande governação que sempre escutou aquilo que a maioria do povo do seu país queria, sem cair em populismos, entregando sempre no poder aquilo que prometia em campanha, “Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver de lembrar às pessoas que do que você, você não é”. Para sempre um retrato da mente feminina em ascensão, que abriu portas a líderes como Kolinda Grabar-Kitarović na Croácia e Sanna Marin na Finlândia.