Feira de São Mateus cancelada, com a promessa de um evento alternativo
O presidente da Câmara Municipal da Viseu, Almeida Henriques, oficializou esta manhã, dia 8 de maio, o cancelamento da Feira de São Mateus do ano 2020, motivado pela pandemia da COVID-19.
Por Isabel Calheiros
O anúncio foi feito numa conferência de imprensa on-line que contou, também, com a presença de Jorge Sobrado, vereador da Cultura do Município e gestor da Feira, e da presidente da VISEU MARCA, Cristina Paula Gomes.
O autarca começou por reconhecer a importância da feira no panorama dos festivais nacionais referindo toda a sua componente histórica de mais de 600 anos de existência. Lamentou a impossibilidade de realização da Feira, o terceiro maior festival de Portugal, fazendo especial menção aos emigrantes e visitantes da cidade, que se deslocam anualmente para presenciar o evento.
Assumiu, ainda, com tristeza que, a falta deste evento na agenda cultural de Viseu terá um grande impacto na economia: “80 milhões de euros de negócio que deixarão de se fazer, com o facto de estarmos, neste momento, a assumir que não iremos ter Feira de São Mateus”.
A ideia para esta iniciativa substituta foi apresentada por Jorge Sobrado, que referiu um slogan que data dos anos 40: “Viseu é a Feira e a Feira é Viseu”.
Os viseenses não poderão contar, este ano, com a feira franca. No entanto, o vereador do pelouro da cultura da CMV, assegurou que os trabalhadores e feirantes não serão esquecidos e serão incluídos neste novo evento, cuja programação será constituída por mais de uma centena de micro-eventos, espalhados por diversos pontos da cidade.
Pelas palavras de Sobrado, esta é uma alternativa “safe and sexy” que, apesar de se distanciar daquilo a que estamos habituados, “será uma reencarnação das experiências, dos imaginários da Feira de São Mateus”. Deste modo, fica a promessa de que o artesanato e a gastromia que a caracterizam, não passarão em branco.
Para além de todas estas questões, o Presidente da Câmara quis reforçar a preocupação sentida em relação à retoma económica, falando das medidas de apoio aos habitantes da cidade ou aos comerciantes, como por exemplo a linha Viseu Ajuda, ou a implementação de diversas ajudas aos pequenos negócios, tais como a isenção do pagamento de várias taxas ou o programa Viseu Investe Mais que possibilitará, por exemplo, “a digitalização de compras eletrónicas do nosso comércio local, nas suas diferentes dimensões” e a presença de eventos no espaço ciber.