Coletivo LGBTI Viseu traz debate sobre a intolerância e transfobia

Num ambiente descontraído, o coletivo LGBTI Viseu promoveu um debate de grande relevância sobre a intolerância, cujo tema principal foi o assassinato da transexual brasileira Gisberta, no ano de 2006.

Por Fernanda Sant’Ana

Ana Ferreira, André Teles, Clara Duarte e Cláudia Soares participaram no debate

14 anos após o assassinato da Gisberta, a comunidade LGBTI considera necessário continuar a debater o tema, pois considera que a intolerância, a perseguição e o desrespeito ainda são grandes problemas que a comunidade tem de enfrentar.

O propósito do diálogo foi mostrar que, apesar do tempo, para muitos, falar sobre a transexualidade e a homossexualidade, ainda é uma barreira na sociedade e o tema continua a ser visto como um tabu.

Durante o encontro, foi salientada a pressão que a sociedade ainda exerce sobre o indivíduo para ser, pensar e agir de determinada maneira, a fazer assim com que se criem estereótipos que acarretam consequências negativas para todos que são postos a essa pressão; pois quanto mais estereótipos são criados, mais desigual a sociedade se torna, e tudo aquilo que vai de encontro aos padrões impostos, tende a ser segregado.

No decorrer do diálogo, foi possível perceber que a falta de informação e a falta de condições na legislação para a comunidade LGBTI+ é, assim como todos os outros pontos abordados, um empecilho para o combate à intolerância.

A conversa não envolveu apenas o assassinato da Gisberta, mas também a todas as formas de desigualdade existentes, a mostrar assim que toda a intolerância, todo o desrespeito e todo o ódio devem ser combatidos.

Gisberta Salce Júnior veio para Portugal aos 20 anos, com a intenção de fugir de uma onda de assassinatos na cidade de São Paulo (Brasil), que tinha como alvo pessoas trans. Gisberta foi assassinada na cidade do Porto, e a sua morte foi dada pela mesma razão que a motivou a sair do seu país: a transfobia.

14 jovens, menores de idade, juntaram-se com a intenção de “conhecer” a Gisberta, e no dia 15 de fevereiro de 2006 deu-se início a uma sequência de violências contra a Gisberta, que perdurou até o dia 22 de fevereiro do mesmo ano.

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