37 anos a dançar com os melhores chapéus de Portugal
Realizou-se, no passado sábado, mais um baile do chapéu, em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal. A Associação de Carnaval deu início ao Carnaval 2020 com uma das mais antigas e peculiares tradições do Concelho.
Por André Reis
Foi com um grande espírito carnavalesco que os cabanenses realizaram mais um baile do chapéu, no salão Lagarto, da Sociedade Filarmónica, que tem como objetivo premiar a criatividade, a originalidade, o colorido e a imaginação dos concorrentes. Já com 37 anos de existência, o baile é realizado uma semana antes do Carnaval, com o intuito de dinamizar e criar uma envolvente em redor dos foliões.
O concurso destinado a escolher o melhor chapéu rege-se por um conjunto de regras: “ em primeiro lugar os chapéus dos concorrentes são depositados no salão da Sociedade Filarmónica até às 23.30h para identificação e avaliação dos mesmos pela Associação de Carnaval; em segundo durante o baile, há um período de dança, previamente anunciado, durante o qual os concorrentes terão obrigatoriamente de ostentar o seu chapéu; em terceiro os chapéus devidamente numerados, serão submetidos a uma votação de um Júri constituído pelo público e pela Associação de Carnaval, o qual irá eleger os melhores chapéus; e por último a distribuição dos prémios aos grupos vencedores”.
Este ano de 2020, o primeiro lugar, foi atribuído ao grupo “Borboletas carnavalescas”, que recebeu um prémio no valor de 75 euros, sendo que todos os participantes têm direito a um prémio de participação. De recordar, que se verificou uma verdadeira enchente até ao encerramento do baile.
Uma das concorrentes comenta como é elaborado o chapéu, até ao dia do baile: “Tudo depende do chapéu realizado. No baile há vários tipos de chapéus, dos mais simples aos mais trabalhados, mas claro que é necessário despender tempo e dinheiro para os fazer. Normalmente, uma semana de noitadas com um grupo dedicado é o suficiente para elaborar os chapéus e com cinco euros é possível concretizar um chapéu muito bom.”
À conversa em exclusivo, com o Jornal#Dacomunicação, Filipe Rodrigues, presidente da Associação de Carnaval, explica-nos como surgiu o baile do chapéu:
“Na altura, o baile do chapéu nasce junto da semana de Carnaval, começava na sexta-feira, onde tínhamos cinco bailes em dois sítios diferentes. Com o decorrer dos tempos, houve uma alteração e tivemos de fazer o baile do chapéu, uma semana antes, para aumentar o tempo de vivência do Carnaval e captar mais pessoas.”
Filipe Rodrigues, presidente da Associação de Carnaval de Cabanas de Viriato
A tradição do baile do chapéu tem quase 40 anos, e muito se deve à passagem da mensagem dos mais velhos para os mais novos. “Eu acho que isso é uma questão de gerações, é por isso que nós tentamos de uma forma geral, introduzir o espírito carnavalesco aos mais novos. Por isso mesmo, vai-se perpetuando no tempo, o que é fundamental”, afirma Filipe Rodrigues.
“O Carnaval é a nossa festa. Vivemos este período de uma forma muito apaixonada e com grande união de todos os cabanenses”.
Nuno Seabra, presidente da junta de freguesia de Cabanas de Viriato
Com o passar do tempo a tradição tem-se mantido, contudo a Associação de Carnaval tem tentado dinamizar e inovar, com o intuito de chamar à atenção e trazer mais pessoas a Cabanas de Viriato. É neste sentido que “foi desenvolvida a iniciativa da Vila Carnaval, que tem como objetivo, três semanas antes do carnaval, decorar a vila de Cabanas de Viriato, ou seja, a população é desafiada a decorar as suas casas com motivos carnavalescos. Logo, para além do espírito que se começa a sentir, qualquer pessoa que visite a vila vai reconhecer o espírito que se desenvolve pelos cabanenses”, explica uma residente de Cabanas de Viriato.
Chega assim ao fim, mais um Baile do Chapéu, numa noite de grande animação, em Cabanas de Viriato, que serve como um aperitivo para os quatro dias de Carnaval mais populares e genuínos do país. De relembrar que o Carnaval, em Cabanas de Viriato, irá decorrer do dia 22 de fevereiro até ao dia 25 de fevereiro.