Município de Viseu coloca em marcha nova filosofia no tratamento de espaços verdes
Remoção de relva dos separadores de trânsito permitirá uma poupança de água na ordem dos 80% nos próximos três anos
Já se encontra a decorrer a empreitada de “Reconversão de Coberto Vegetal de Espaços Verdes Municipais”, projeto enquadrado numa nova filosofia que está a ser levada a cabo no tratamento de jardins e outros espaços verdes.
Esta intervenção, que foi objeto de uma candidatura do Município de Viseu ao Fundo Ambiental, no âmbito do Programa Apoiar a Adaptação às Alterações Climáticas, estende-se por uma área superior a 22.500 metros quadrados e privilegia a introdução de vegetação adequada ao clima da região e, dessa forma, potenciando-se a resiliência à seca. Desta medida resulta ainda uma efetiva poupança de água.
“Viseu reforça com esta medida o estatuto de cidade-jardim que ostenta há 100 anos, sem descurar a sustentabilidade ambiental”, refere o presidente da Câmara, Almeida Henriques, enfatizando a necessidade de “adaptar a estrutura verde da cidade de Viseu aos desafios das alterações climáticas”.
A candidatura apresentada pelo Município de Viseu visou, essencialmente, a redução de áreas verdes relvadas com elevados custos de manutenção e necessidades de rega, espaços esses de mero enquadramento a vias de circulação automóvel e que não permitem a sua utilização por parte dos munícipes.
A intervenção contempla, deste modo, a remoção de relva dos separadores de trânsito nos principais acessos à cidade – com extensões de quilómetros – promovendo a plantação de arbustos em substituição deste coberto.
Tendo em conta que os arbustos (das espécies propostas) têm necessidades de rega reduzidas, será adaptado o sistema de rega existente (por aspersão) para um sistema de rega localizada (baixo débito), o que permite reduzir o consumo de água para rega destes espaços verdes, nos primeiros 3 anos em cerca de 80%.
Estima-se que a partir dessa altura os mesmos já se encontrarão adaptados e com um sistema radicular suficientemente desenvolvido para dispensar sistema de rega.
Para além desta poupança em água deve ser ainda considerada a poupança em operações de manutenção, na diminuição do consumo de combustíveis fósseis na maquinaria utilizada para execução do corte dos relvados, em fertilizações e na redução de risco associado à manutenção de separadores de trânsito.
Esta empreitada, com um custo que ascende a 206 mil euros e que conta com financiamento pelo Fundo Ambiental de 175 mil euros, visa a reconversão dos separadores relvados da EN 231, da EN16 Norte e Circular Norte e canteiros da circunvalação entre as rotundas de Nelas e Paulo VI.