Autárquicas 2025: apenas 15% das presidências de câmara são ocupadas por mulheres
De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que 47 mulheres foram eleitas presidentes da câmara municipal num total de 308 municípios. O número representa 15,3% do total, a taxa mais elevada desde o início da democracia local, em 1976.
Por: João Amaral, Mariana Santos e Renato Rodrigues
De acordo com as eleições autárquicas de 2025, realizadas no passado domingo, dia 12 de outubro, por todo o país, houve um aumento do número de mulheres na liderança de câmaras municipais. Desde 2021, o número de mulheres presidentes de câmara subiu de 29 para 47, o que representa um aumento significativo de 9,4% para 15,3%, mais de 5 pontos percentuais, face às últimas autárquicas.
Dos 47 municípios liderados por mulheres, 20 estão localizados no litoral continental, 17 no interior do país e 10 situam-se nas regiões autónomas (Açores e Madeira). Os dados indicam que a representação feminina é relativamente equilibrada entre litoral e interior, com destaque para as ilhas, que mantêm uma proporção significativa de mulheres líderes.
Em Portugal, no que toca ao número de mulheres eleitas para as câmaras municipais, a região dos Açores foi quem mais elegeu mulheres, 8 em 19 municípios (42%), seguindo-se os distritos de Setúbal, com 4 mulheres eleitas em 13 municípios (30,8%) e Vila Real com 4 eleitas em 14 municípios. No polo oposto, Beja e Leiria não elegem mulheres para o poder. Estes dados revelam que, apesar de haver avanços em algumas zonas do país, a paridade de género nas autarquias continua longe de uma realidade nacional. Segundo os dados conclui-se que, entre uma a duas câmaras, em cada dez municípios, são lideradas por mulheres.
O crescimento de mulheres presidentes de câmara em 2025, é mais do dobro do valor de 2013, e com um aumento de 5,9% em relação a 2021. É uma transformação gradual, mas consistente, no panorama político português.
