Perfil. Passos Coelho, um líder em tempos de crise

Nascido em Coimbra a 24 de julho de 1963, Pedro Manuel Mamede Passos Coelho, político português, foi deputado, primeiro-ministro de Portugal entre 2011 e 2015 e presidente do Partido Social Democrata.

Por: David Almeida

A sua infância foi passada em Angola, onde o pai exercia medicina, tendo regressado ao seu país de origem, Portugal, após a Revolução de 1974, tendo ido viver com a família para Vale de Nogueiras, concelho de Vila Real.

Ainda em criança, com apenas 13 anos, Passos Coelho ingressou a Juventude Social Democrata no final da década de 70, tendo sido líder partidário desta organização, ligada ao PSD, entre 1990 e 1995.

Durante cerca de 8 anos, entre 1991 e 1999, Pedro Passos Coelho foi deputado da Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Entre    1985 e 2003, viveu uma relação com Fátima Padinha, integrante da famosa banda “Doce”, da qual teve 2 filhas. Em 2004, encontrou o amor junto de Laura Ferreira, onde teve 1 filha. A relação durou 16 anos, tenda esta falecido, vítima de doença prolongada em 2020. 

Anos mais tarde, em 2008 candidata-se pela primeira vez à presidência do PSD, em eleições que perdeu para Manuela Ferreira Leite. Após a derrota do PSD nas eleições legislativas, Passos Coelho consegue chegar à liderança do PSD.

No entanto, após a queda do governo de José Sócrates, num contexto de grave crise financeira, disputou as eleições legislativas de 2011.

Numa governação limitada, diariamente, pelas condições negociadas pelas diversas instituições de resgate e ajuda económica da União Europeia, este teve de adotar e implementar uma política de austeridade, com medidas que influenciaram as carteiras dos portugueses, tais como: Cortes salariais para os trabalhadores da função pública, subida de impostos e eliminação de feriados simbólicos para Portugal.

Há pessoas que acham que fui extraordinário e há pessoas que acham que fui o fim do mundo

Diariamente, enquanto o país necessitava de se reerguer economicamente, este teve de tomar decisões, que como o próprio refere numa entrevista ao Observador em 2024, não agradaram a todas as pessoas. “Há pessoas que acham que fui extraordinário e há pessoas que acham que fui o fim do mundo e o pior que podia ter acontecido ao país. E ainda hoje se nota isso”, afirma em entrevista ao Observador.

O que é certo, é que já em pequeno tudo indicava que o jovem Pedro, teria tudo para ser, um dia, Primeiro-Ministro de Portugal. No programa “Olha que dois” da RTP em 1993, Manuel Luís Goucha, num dos momentos do programa, diz a Pedro Passos Coelho que deste dia por 10 anos ainda ia ser primeiro ministro.

Em 2015, juntamente com Paulo Portas, líder do CDS, liderou a coligação eleitoral formada por PSD e CDS-PP, no qual consegue vencer as eleições legislativas, não tendo obtido, a tão desejada, maioria parlamentar. Dias mais tarde após ser indigitado como primeiro-ministro do XX Governo Constitucional, Pedro Passos Coelho passa para a liderança da oposição, após diversos partidos com assento parlamentar uma alternativa, que ficou popularmente conhecida como “geringonça”.

Esta amizade com Paulo Portas que mostrava ser perfeita, parece não ter corrido da melhor forma segundo o próprio. “Eu não conseguia que Paulo Portas aceitasse nenhuma versão. Nenhuma, nenhuma. Convoquei até um Conselho (de Ministros) extraordinário para explicar ao governo que íamos falhar a avaliação porque Paulo Portas não aceitava aquela avaliação. O que se passaria a partir dai era uma incógnita. A Troika diria que se não queríamos fazer nada também não enviaria mais dinheiro. O que é que se seguiu? Não sei, para mim é um mistério. Paulo Portas mudou de opinião. Eu creio que foi o Presidente da República”, conta em entrevista ao “Eu estive lá”, da Rádio Observador.

Após a “expulsão” inesperada em 2015, decidiu abandonar a carreira política em 2018, ao abandonar a liderança do PSD, passando a pasta a Rui Rio.

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