“Contra a desinformação, só mais informação”
Cerca de 40 alunos da Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Viseu, receberam formação em literacia mediática, “Contra a desinformação, só mais informação”, proporcionada pelo CENJOR – Centro de Formação de Jornalistas e pela ALMJ – Associação de Literacia para os Media e o Jornalismo, esta sexta e sábado.
Alunos dos três anos da licenciatura em Comunicação Social discutiram os critérios que levam os jornalistas a abordar determinados temas em detrimento dos outros, conhecendo um pouco mais da rotina produtiva destes profissionais dos media. “Tem critérios, há uma técnica para fazer jornalismo”, sublinharam Isabel Nery, jornalista e escritora, e com Marcos Borga, fotojornalista da revista Visão, formadores nesta iniciativa. “A informação produzida através do processo jornalístico é o melhor antídoto contra a desinformação”, pois na maior parte do tempo a sociedade está a falar em desinformação e em fake news e pouco naquilo que é o “verdadeiro jornalismo ou o jornalismo feito corretamente”.
Em jeito de workshop, esta formação assumiu um caráter “prático”, com o intuito de valorizar “a informação de qualidade através da verificação de fontes”.
Na ALMJ sublinha-se a necessidade de elucidar a sociedade para o uso preferível da expressão “notícias falsificadas” e não “notícias falsas” porque se é notícia é verdadeiro, se é falso, então não é uma notícia. Além de que “não devemos andar para aí a dizer coisas sem ter dados, sem ter coisas factuais. Nem tudo pode ser opinião. Há coisas que são, e devem ser, factos. Tenho direito à opinião? Tenho, mas tenho de me basear em alguma coisa, em factos”, deixa claro Isabel Nery.
Aliás, a jornalista vai mais longe e refere que um facto é uma informação desprovida de emoção e de opinião. Já a “ignorância é uma opinião sem informação e a estupidez é uma opinião que ignora um facto”.
Já Marcos Borga forneceu ferramentas para detetar imagens falsas e construídas com o propósito de enganar, mostrando caminhos, visíveis e escondidos, que permitem detetar manipulações, criando uma discussão à volta de exemplos concretos.
A formação decorreu na ESEV, coordenada pelos docentes Joana Martins e Miguel Midões, também eles membros da bolsa de formadores na ALMJ.