Perfil. António Costa o “Babush” que decidiu ser socialista aos 12 anos

Inquieto e focado nos seus interesses. António Costa impacta com decisões firmes elevando o tom em discussões e é especialmente duro em relação à atuação da justiça. Rotulado de “manobrador e maquiavélico”, chega a ser comparado com Rasputine russo, pela afinidade com “jogos de bastidores”.

Por Tatiana Gomes

Socialista, político e jurista português, é filho da jornalista Maria Antónia Palla e do escritor e técnico de publicidade Orlando Costa, António Luís Santos da Costa nasceu em Lisboa, a 17 de julho de 1961.

Aos 10 anos com a alcunha de “Babush” (menino, em dialeto concani, de Goa), já escrevia criticas de televisão e com 12 anos decidiu ser socialista. Com essa mesma idade e com a admiração de Perry Masson quis tornar-se advogado.

Filiou-se na Juventude Socialista (JS) com 14 anos, estrutura essa que começou a primeira atividade política acompanhado pelo comissário das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR), António Guterres.

Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi dirigente da Associação Académica desta faculdade e diretor da Revista da AAFDL.

António Costa estagiou numa das primeiras sociedades de advogados existentes em Portugal, a Jardim, Sampaio e Associados, Sociedade de Advogados, RL (JS&A) fundada em 1970, o que o levou a admitido em 1988 na Ordem dos Advogados.

Ministro dos Assuntos Parlamentares e da Justiça nos dois governos liderados por António Guterres, Costa continuou a ser um dos principais rostos dos socialistas a partir de 2002, ficando à frente da bancada socialista no parlamento, durante a liderança de Ferro Rodrigues.

Costa ascende à liderança do PS em 2014 após vencer António José Seguro nas eleições primarias. Eleito secretario geral em novembro de 2014, enfrenta desafios, incluindo a crise política em torno da prisão de José Sócrates. Em 2022, lidera o PS para a maioria absoluta, mas o seu governo é marcado com demissões e controvérsias, destacando-se o conflito com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa com a TAP.

Na sequência de uma operação da qual cinco pessoas foram detidas, no âmbito de um processo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que investiga, desde 2019, os negócios do hidrogénio e do lítio, António Costa apresentou demissão ao Presidente da República, após suspeitas de corrupção no seu Governo e buscas à sua residência oficial.

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