Seca leva à quebra na produção da castanha

A seca de 2022 levou a uma quebra significativa na produção da castanha na freguesia de Carrazedo de Montenegro, Valpaços.

Por Mariana Malta

É nesta zona, na Serra da Padrela, que se encontra a maior mancha de castanheiros judia da Europa, fonte de rendimento de muitas famílias e fator importante para a economia da zona, daí a alcunha dada a freguesia de Carrazedo de Montenegro, “A Capital da Castanha”.

“Basicamente foi a seca que, para além de ter afetado a produção, também fez com que muitos castanheiros morressem”, declara Tó Zé Vassal, produtor e sócio da empresa Macoribas.

Devido a este problema foi verificada uma quebra de 80% em relação ao ano de 2021. A seca foi tão grande este ano que levou à seca de barragens, dos terrenos e das árvores. A pouca produção foi graças aos agricultores que ainda tentaram regar alguns dos seus terrenos e a pouca chuva que chegou no mês de setembro, “compôs um bocadinho as árvores, daí ter havido alguma produção, porque a coisa ia mesmo muito mal encaminhada”.

Podemos verificar que a produção da castanha, este ano, teve uma quebra muito grande comparada com os anos anteriores. O exemplo da empresa Macoribas que, em 2020, recolheu 2100 toneladas, em 2021, 850 toneladas e no ano de 2022 recolheu à volta de 510 toneladas, um decréscimo acentuado para a economia desta região.  

Esta queda da produção de castanha não foi só afetada pela seca, mas também tem sido ameaçada por uma praga de vespas asiáticas, uma luta que já dura desde 2015. No entanto, situação tem vindo a melhorar com a ajuda da associação “BioVespa”, que engloba a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e as associações e câmaras municipais das zonas afetadas por esta praga. “O trabalho realizado está a dar frutos, esperemos que agora, daqui para a frente continue a dar ainda mais frutos e que as coisas retomem à normalidade”, afirma o sócio da Macoribas.

Apesar de tudo, prevê-se que, em 2023, haja uma melhoria na produção, pois “este inverno está bastante rigoroso, com bastante chuva, já é um bom prenúncio para que depois a coisa venha a melhorar”. Tó Zé Vassal pensa que “vamos num bom caminho, para já, ao dia de hoje, 30 de Novembro, as coisas estão num bom caminho”.

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