Rita Soares: “o conceito de que só na capital é que as coisas acontecem não faz sentido nenhum”
O jornalismo regional consegue chegar ao mesmo patamar que o jornalismo realizado a nível nacional. A jornalista da Antena 1, Rita Soares, acredita nesta premissa e partilhou isso mesmo com o #dacomunicação.
Por Ana Margarida Alves e Verónica Oliveira
Licenciada em Jornalismo pela Faculdade de Letras de Coimbra e Mestre em Comunicação e Justiça pela Universidade Nova de Lisboa, Rita Soares contou que o seu percurso como jornalista é marcado pela tentativa de terminar com a desvalorização do jornalismo de proximidade por parte dos meios de comunicação: “o conceito de que só na capital é que as coisas acontecem, para mim não faz sentido nenhum e tento combatê-lo”, afirma.
A trajetória da jornalista revela que a sua grande paixão é a rádio. Rita Soares já passou pela DC FM, pela Rádio Clube Português de Lisboa e Coimbra, pela informação da Rádio M80 e pela Antena 1, onde atualmente trabalha, mais propriamente na delegação de Coimbra. A profissional ingressou, durante um curto período, na área de assessoria da comunicação numa companhia de software, onde tinha como objetivo “melhorar a comunicação interna da empresa em si e projetar a empresa para o exterior”.
Para conseguir obter bons resultados, Rita Soares mostrou que é possível aprendermos a melhorar o nosso trabalho com qualquer circunstância: “em cada reportagem, se tivermos o coração e a mente aberta, podemos aprender até em coisas que achamos banais e dar voz a diferentes realidades”, constatou a jornalista.
A paixão pelo jornalismo fez com que Rita Soares refletisse sobre as questões que levam o mesmo, de um modo geral, a não evoluir de forma constante: “o jornalismo em Portugal está a ser vítima de uma coisa transversal ao resto do mundo, que é a necessidade de dar tudo para ontem, de sermos os primeiros”.
Esta situação acaba por se refletir igualmente na forma em que os leitores e ouvintes veem o jornalismo, onde há a necessidade de “parar, centrar um pouco as coisas e pensar o que é que interessa às pessoas”, declarou Rita Soares.
A jornalista salientou também as dificuldades que grande parte dos jornalistas que trabalham em territórios mais afastados de Lisboa ou Porto sofrem devido à importância dos assuntos que são dados na capital: “a realidade de um dia de greve é normalmente retratada numa escola fechada em Lisboa e nunca numa escola em Viseu, ou Bragança. Porque não fazer diferente?“, rematou.