O jornalismo de proximidade ouve quem não tem voz

Estar mais próximo de quem precisa de ser ouvido é a principal ambição de Ana Mamede no seu trabalho no jornalismo de proximidade. A jornalista foi entrevistada pelos alunos de Comunicação Social da Escola Superior de Educação de Viseu e relatou o seu breve percurso no mundo do jornalismo de proximidade, quando ainda era jornalista do Jornal de Anadia.

Por Verónica Oliveira

Com destaque nas principais falhas e com conselhos para o futuro, a recém mestre em Jornalismo e Comunicação descreveu em pormenor as experiências que recolheu ao longo dos seus dois estágios no Diário de Coimbra e na Notícias Magazine.

“Fiz estágios em dois sítios diferentes e percebi como é que os conteúdos eram tratados, de forma diferente e como os temas eram escolhidos e abordados”, afirma.

Após concluir a sua licenciatura no mesmo curso dos alunos que a ouviram, Ana Mamede destacou que o seu objetivo inicial era seguir carreira preferencialmente num jornal nacional.

“A minha ideia inicial era sair da minha casa e ter uma experiência nova. Basicamente eu cheguei lá, aprendi muitas coisas, mas não gostei porque era num âmbito nacional. Então queria experimentar uma realidade que fosse um bocadinho mais pequena, para ver se correspondia às expectativas daquilo que eu achava que o jornalismo deveria ser”, conta.

Rapidamente entendeu que um trabalho mais focado num meio pequeno, contaria outra história na sua experiência jornalística. Foi durante o seu estágio de mestrado no Diário de Coimbra, que Ana João Mamede sentiu o impulso para continuar a explorar o jornalismo a nível regional. 

“Foi nesse sentido, eu não gostei daquela experiência e quero experimentar uma coisa que seja completamente oposta. Fui nessa onda e agora trabalho num jornal regional”.

O gosto pessoal em se comunicar com as pessoas que a rodeiam, fez com que a jornalista tomasse partido da profissão para expor problemas da comunidade, realizando reportagens e notícias que dessem voz a essas mesmas situações.

Ana Mamede também apresentou aos alunos que a acompanhavam, o estudo que realizou na sua tese de mestrado, onde analisou o grau de jornalismo de proximidade praticado por dois jornais distintos. A jornalista concluiu que “o jornalismo é ouvir as pessoas, é ouvir aquilo que elas têm para nos dizer, é ter a oportunidade de contar a história das pessoas pelas nossas palavras”.

Não devemos terminar uma notícia com uma citação. Não é um erro grave, mas evita-se.

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