Rui Tavares, o contador de histórias que fundou o Livre

Eleito em 2009 para representar o Bloco de Esquerda como Eurodeputado, abandonaria o partido em 2011 por divergências com o então comandante do partido, Francisco Louçã, com quem “jantava para lhe dizer umas verdades”. Dois anos depois nasceu o Livre.

Por Bruno Ferreira

A história de Rui Tavares remonta a 1972, quando nasceu em Lisboa, o último de 5 filhos. Cresceria em Arrifana, no concelho de Azambuja, numa família de esquerda, onde um dos seus irmãos pertencia à Juventude Comunista Portuguesa e foi estudar para a Checoslováquia. Cedo compreendeu que não “podia defender argumentos comunistas ou de esquerda”, como recordou a Anabela Mota Ribeiro, e ficou fascinado com o anarquismo. O Fumaça apresenta-o como alguém incapaz de passar “nem que sejam 15 minutos sem contar uma história”.

Doutorado em História e especializando-se em História da Arte, já escreveu vários livros e fundou em 2003 o blog Barnabé, discutindo sobre política em parceria com Daniel Oliveira, num período que arrancava a Guerra do Iraque. Entraria para a política pelo seu interesse na Europa, cultivado por uma viagem na sua adolescência à Checoslováquia ainda antes da queda do Muro de Berlim, onde encontrou condições muito diferentes das que viu até lá chegar, como confessou na sua página do Facebook. Na biografia da sua página de opinião no Jornal Público, revela-se como um “independente”, que “inesperadamente” chegou ao Parlamento Europeu.

Rui Tavares lidera atualmente um “partido ecologista livre independente”, como se apresentou ao Observador, e é a favor da União Europeia, isto apesar de considerar que o Euro “é uma ideia desnecessária, arriscada, mal concretizada”. Considera que deviam de haver somente 30 horas de trabalho, bem como 30 dias de férias por ano. Defende o aumento do salário mínimo nacional, a igualdade e a justiça social.

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