Viseenses encaram futuro das reformas de forma negativa
Cidadãos de Viseu estão preocupados com futuro de reformas e ajuda nos serviços de saúde. Idosos sentem-se injustiçados. Jovens receiam não vir a beneficiar da sua própria reforma.
Perante o relatório da OCDE divulgado esta terça-feira, os portugueses preferem pagar impostos mais altos com a esperança de ter melhores pensões e cuidados de saúde. De forma geral, os viseenses têm uma opinião contrária. Desvalorizam a ideia de pagar mais impostos, por considerarem que o futuro das reformas é incerto.
Maria Pina revela essa incerteza tendo a opinião que “o que acontece é que fazemos cada vez mais descontos e cada vez recebemos menos dinheiro na reforma. Se nos dissessem: descontam mais um tanto e a vossa reforma será compensadora. Sim claro. Também não é por 5, 10 ou 20 euros por mês.”
Os mais idosos, que sentem na pele as consequências das reformas baixas que Portugal está a vivenciar, temem o futuro dos jovens do país. Argumentam que trabalharam uma vida e que hoje não são recompensados por isso. Ninguém dá certezas, “os jovens que eu conheço já descontam tanto e será que vão ter reforma?”, questiona LL, doméstica.
Os jovens confirmam estas dúvidas face ao futuro “hoje em dia não sabemos sequer o que vamos receber daqui para frente por isso é difícil de responder”, diz Ricardo Pereira, bartender.
Sendo Viseu um distrito com um número elevado de pessoas com mais de 65 anos, essas preocupações aumentam. José Lopes, reformado, sente esta realidade. “Alguns jovens ainda não trabalham e, portanto, hoje, devíamos dar-lhes mais alguma coisa e os impostos estarem sempre a aumentar não é nada bom”.
Relativamente ao aumento dos impostos para uma melhoria dos apoios de saúde em casos de doença ou incapacidade, os cidadãos de Viseu mostram-se desapontados. José Lopes, considera que a população precisava de mais ajuda, “se eu quiser uns óculos tenho de os pagar. Não sou compensado com o governo. Há outras coisas que o Governo não ajuda”.
As ajudas do governo podem ser vistas pelas pessoas de forma positiva ou negativa. Na maioria das vezes, a ajuda dada em caso de doença traduz-se numa espera interminável, “É como pedirmos um alfinete e nunca nos darem, porque nunca é encontrado. É como os benefícios do Estado”, lamenta, Diogo Reis, técnico de Trocas e Devoluções Farmacêuticas.
Haja ou não aumentos de impostos, as pessoas não têm um aumento dos rendimentos há muito tempo. Célia Soares considera que, mediante as ajudas do Estado, “o melhor é não ficar doente.”
Texto: Anita de Almeida e Diana Lopes