Instituição quer registo nacional de doentes com esclerose múltipla
Este sábado, a delegação de Viseu da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) apresentou mais um encontro – Vamos Falar de Esclerose Múltipla, no auditório da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM). Alexandre Silva, presidente da SPEM, foi o moderador do debate, que contou com a presença de profissionais de saúde, entre os quais a enfermeira Daniela Dias, Artur Borges, especialista em medicina chinesa, e Francisco Pereira, psicólogo da SPEM.
O presidente da SPEM, ele próprio portador de esclerose múltipla há 30 anos, afirma que a ação da organização deve ser completada juntamente com outras instituições, para ser possível superar dificuldades de doentes e cuidadores. Alexandre Silva avança que a delegação de Lisboa irá disponibilizar formação para técnicos de todas as instituições do país e também para cuidadores, tendo em vista o desenvolvimento de soluções para cada caso.
O presidente da SPEM, Alexandre Silva, reforça a ideia que de não existe uma solução universal para a esclerose múltipla, e que é necessário utilizar os mecanismos disponíveis para ajudar cada caso em específico. Uma das promessas que saiu da sessão foi a criação de um registo nacional de todos os doentes com Esclerose Múltipla.
Em Portugal, existem cerca de 8000 casos diagnosticados de esclerose múltipla. Daniela Dias, enfermeira, afirma que a patologia afeta jovens adultos entre os 20 e os 40 anos e que “as pessoas que vivem com esclerose múltipla podem ter uma grande variedade de sintomas transversais a tantas outras doenças e é difícil o seu diagnóstico”. A enfermeira destaca a dor e a fadiga como os sintomas mais presentes no quotidiano.
Não descuidando a medicina convencional, Artur Borges apresenta a medicina tradicional chinesa como um complemento dos tratamentos médicos. À luz da medicina chinesa, “trazer o doente emocionalmente estável é a semente para o sucesso de todo o tratamento, seja ele em medicina chinesa como complementaridade da medicina convencional”.
Adepto da medicina holística, Artur Borges, afirma que “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não somente a ausência de doença”, e reconhece que os resultados positivos que obtém devem-se à sua preocupação com a parte emocional e mental do doente.
Segundo Francisco Pereira, psicólogo da SPEM, o stress, o sono e hábitos de vida saudável determinam a direção da doença. O psicólogo faz uma abordagem motivacional e afirma que é necessário sair da zona de conforto e estar em constante aprendizagem para manter a atividade cerebral saudável e ativa.
Francisco Pereira, enquadra o treino cognitivo como a resposta para as dificuldades concretas de cada doente. Avança que em Maio, a SPEM vai lançar uma aplicação destinada ao treino cognitivo adaptado às particularidades de cada doente.
Texto e imagem: Filipa Jesus