Sessão sobre humor na comunicação deixou ESEV a sorrir

Paulo Oliveira, produtor de conteúdos humorísticos, animou, no passado dia 16 de abril, a tarde dos alunos da Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV). A participação do humorista esteve inserida na Educultura, a semana da cultura da instituição.

A sorrir e a fazer sorrir. Foi assim que Paulo Oliveira se apresentou à plateia que lotou o auditório da ESEV. Com a missão de explicar o humor na comunicação, o comunicador abordou o processo de elaboração de uma piada por parte dos comediantes.

“Quando ele (comediante) diz a primeira parte da piada, automaticamente aparece uma resposta na vossa cabeça. Inconscientemente respondem à piada que o comediante lançou. O trabalho do comediante é escolher a resposta que ninguém está à espera”, afirma. E para o conseguir fazer, Paulo Oliveira acrescentou que o comediante elabora previamente uma lista. “Como ele faz isso? Usa uma lista. Se vocês tentarem continuar a responder à pergunta inicial, garantidamente que à décima ou décima segunda vez vai sair parvoíce. E ao sair parvoíce sai piada automaticamente”, explica.

Essa ligação entre a piada e a parvoíce condiciona o comportamento das pessoas, que “têm medo de não ter piada”, para além de “ao longo da vida perderem a capacidade de rir delas próprias. O humorista desafiou os elementos da plateia a perder o medo de arriscar e fazer piadas, até porque o “humor é aprendível e só se aprende a fazer humor usando-o”.

Filosoficamente, existem três teorias que explicam o humor. A teoria da superioridade – rimo-nos quando nos sentimos superiores, a teoria da incongruência – rimo-nos daquilo que não bate certo, e a teoria da libertação – rimo-nos quando libertamos tensão.

Perante um público jovem e prestes a entrar no mundo do trabalho, Paulo Oliveira abordou um fator que considera relevante nesta fase, a linguagem corporal. “Quando vocês estão a comunicar com alguém, a escolha acaba sempre por ser vossa. Se eu estiver encolhido e a mostrar medo é isso que a outra pessoa vê. Quantas das vezes é que vocês vão estar numa entrevista de emprego e a vossa linguagem corporal não vos ajuda nada?”, questionou.

Para corroborar essa ideia, o humorista evocou um estudo de Amy Cudy, uma psicóloga americana, que defende “que se uma pessoa adotar uma posição pessimista, durante apenas um minuto, o cortisol, que é a hormona que controla o stress baixa 25%. Pelo contrário, se a pessoa adotar uma posição positiva, o cortisol sobe 25%”, afiança.

De acordo com o palestrante, o humor está associado à galhofa, mas basta alguém sorrir para haver humor. Deste modo, o humor é algo que está diretamente relacionado com o sentimento que se desperta nos outros. “Se eu fizer rir alguém, essa pessoa vai gostar mais de mim. Tão simples quanto isto. Nós gostamos de quem nos faz bem”, assegurou.

A ligação de Paulo Oliveira ao humor remonta aos tempos em que desempenhava funções de sargento dos paraquedistas no exército português e em paralelo escrevia guiões. O ano de 2003 marcou o ingresso do comediante no “stand up comedy”, tendo em 2009 criado um curso onde se formaram mais de 700 pessoas nessa vertente humorística.

 

Texto e imagem: João Miguel Carvalho

 

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