“O humor e a comédia são o melhor mecanismo de defesa que temos”
Exatamente um ano depois, António Raminhos voltou a subir ao palco da Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu com o seu novo espetáculo “O melhor do pior”. Com a sala esgotada, os viseenses partiram numa viagem autobiográfica pelo ano de 2016 de António Raminhos, um dos anos mais difíceis da sua vida.
O comediante explicou ao #dacomunicação que faz muito mais sentido falar da sua experiência pessoal. “Acho que as pessoas se ligam muito mais se contar coisas que sejam minhas do que propriamente estar a contar só piadolas”, afirmou o humorista, acrescentando que, por isso, tenta “misturar aqui os dois mundos: um mundo das piadolas e um mundo um bocadinho mais autobiográfico”. Este espetáculo “é real, é mais pesado, mas ao mesmo tempo procuro mostrar que se pode dar a volta e que se pode sempre encontrar algo positivo”, explicou António Raminhos.
A mensagem que o humorista quer transmitir é que “a natureza é perfeita na sua imperfeição”, sendo que, para António Raminhos, “o humor e a comédia são o melhor e o maior mecanismo de defesa que nós temos”.
Quando questionado sobre a sua opinião acerca do público viseense, o comediante confidenciou que quando começou a fazer a tournee do espetáculo disse ao seu agente que tinha de vir a Viseu. “Não estou a dizer isto por estar aqui, há sítios onde as coisas correm muito bem e que me dizem de algum modo, porque tenho amigos aqui, porque gostei das pessoas, gosto do sítio”. Deixando claro que Viseu o marcou, António Raminhos acrescentou: “do modo como correu esta noite, com uma grande percentagem de pessoas que já tinham vindo ao outro espetáculo, e com uma sala cheia, certamente hei-de voltar aqui”.
Quanto a novos projetos, António Raminhos adiantou que tem uma peça de teatro e um programa na RTP que estão para começar. “Jacaré”, uma peça de teatro luso-brasileira, vai ser apresentada pelo comediante em Lisboa e no Porto e está a ser estudada a hipótese de o fazer também em Viseu. O programa para a RTP estreia no início de fevereiro, aos sábados. “É um desafio totalmente diferente onde eu não vou estar num registo tanto de comédia, mas sim num registo mais informativo”, adiantou ao #dacomunicação. Uma vez que António Raminhos foi jornalista, será, de certa forma, um regressar às origens, “embora eu possa usar a minha piada lá pelo meio”, esclarece.
Texto e imagens: Rafaela Sousa