Cláudia Pascoal vence o 52º Festival da Canção com o Jardim de Isaura

Depois das semifinais terem ficado marcadas por um erro na votação e acusações de plágio, o sucessor de Salvador Sobral foi escolhido no passado dia 4 de março.

Foi num ambiente de especulação criado nas redes sociais, e perante a ansiedade das claques no Pavilhão Multiusos de Guimarães, que se escolheu a próxima música representante de Portugal para o Eurovisão da Canção.

Em direto para a RTP, Filomena Cautela e Pedro Fernandes abriram o evento com um momento animado de dança. Seguiu-se o desfile das canções, que se iniciou com “Sem Medo”, de Rui David, e terminou na 14º canção,“Só Por Ela”, de Peu Madureira. Contudo, foi preciso chegar à sexta canção interpretada por Catarina Miranda, para ouvir o primeiro grande aplauso. Além da atuação de “Para sorrir não preciso de nada”, Janeiro, Cláudia Pascoal e Peu Madureira foram os mais acarinhados pelo público de Guimarães.

Porém, “Patati Patata” interpretada por Minnie & Rhayra, foi dos momentos mais alegres da noite.

A animação também esteve presente depois do intervalo, com o primeiro de dois momentos humorísticos de Eduardo Madeira, o busto de Cristiano Ronaldo.

Enquanto as votações decorriam, homenageou-se as Doce, numa direção musical de Moullinex. A um momento agitado e dançável, sucederam-se momentos de emoção, com o tributo de Simone de Oliveira. A atuação, que esteve a cargo de Nuno Feist, contou com a participação de Áurea e Marisa Liz, deixando o público visivelmente emocionado e até os próprios apresentadores, como foi o caso de Filomena Cautela. Quando a intérprete de “Desfolhada” entra em palco a plateia levantou-se e assim se manteve até que a cantora abandonasse o mesmo.

Bem perto das grandes decisões, Luísa Sobral apresentou ao vivo um inédito acústico intitulado “Maria do Mar”, silenciando o público.

O momento da decisão ficou 50% nas mãos do público e a outra metade nos 7 painéis de júris regionais (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e por fim Madeira).

Após a pontuação ter sido atribuída, a canção da autoria de Isaura saiu vencedora com 12 pontos do televoto e 10 do júri, levando de vencida ‘Para Sorrir Eu Não Preciso de Nada’, de Catarina Miranda, que obteve o mesmo resultado final, tendo 12 pontos vindo do júri e 10 do público. Recorreu-se ao desempate e determinou a votação do público que favoreceu a canção de Cláudia Pascoal.

Sob o clima de festa e confettis, a entrega do troféu (com assinatura Vista Alegre) por Luísa Sobral, irmã e compositora da música vencedora do ano anterior, fez-se depois de Isaura deixar-se levar pelas lágrimas nos primeiros minutos após a vitória.

Entre felicitações, abraços, entrevistas e fotografias, Isaura evidenciou a um repórter do Público: “Este ano, acho que os compositores e intérpretes pegaram naquilo que a Luísa e o Salvador nos deixaram e tentaram superar-se. Havia muitas canções belíssimas e mais do que uma canção a ter muitos votos. Fico mesmo grata pela possibilidade de ser O Jardim a ir à Eurovisão”.

Escolhida a próxima música representante para o Eurovisão da Canção, Portugal atuará na final a 12 de maio, no Altice Arena, em Lisboa.

Resultado final:

  1. Cláudia Pascoal, “O Jardim” – 22 pontos
  2. Catarina Miranda, “Para Sorrir Eu Não Preciso de Nada” – 22 pontos
  3. Peu Madureira, “Só Por Ela” – 16 pontos
  4. Janeiro, sem título – 12 pontos
  5. Rui David, “Sem Medo” – 8 pontos
  6. Anabela, “Para Te Dar Abrigo” – 7 pontos
  7. Joana Barra Vaz, “Anda Estragar-me Os Planos” – 7 pontos
  8. Lili, “O Voo das Cegonhas” – 5 pontos
  9. Joana Espadinha, “Zero a Zero” – 4 pontos
  10. Susana Travassos, “Mensageira” – 4 pontos
  11. Peter Serrado, “Sunset” – 3 pontos
  12. Maria Inês Paris, “Bandeira Azul” – 3 pontos
  13. Minnie & Rhayra, “Patati Patata” – 2 pontos
  14. David Pessoa, “Amor Veloz” – 0 pontos

 

Texto e imagens: João Lénio Rodrigues

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