Museu MEMORIAE. Viagem pelas tradições de Santos-Êvos

O Museu MEMORIAE “Artes e Ofícios da Nossa Gente” é “uma estrutura museológica descentralizada” construído em Santos-Êvos, uma freguesia do concelho de Viseu, em 2017, onde funcionava a Escola do 1º Ciclo e a Telescola da freguesia.

Por Bárbara Rodrigues

O MEMORIAE foi um projeto criado e desenvolvido de raiz por Fernando Rodrigues, presidente da Junta de Freguesia de Santos-Êvos e inaugurado a 9 de setembro de 2017. Nesse mesmo espaço, houve a preocupação de construir um atelier pedagógico para complementar o museu.

Museu Memoriae

“O Museu MEMORIAE é um espaço que torna possível manter as nossas tradições vivas, perpetuar a história e preservar a identidade da nossa terra e da nossa gente. É um espaço guardador de memórias, de partilha de histórias, de sentimentos e vivências contadas por pessoas, a partir de imagens e artefactos que nos remetem a outros tempos”, afirma Fernando Rodrigues.

O latoeiro, o tamanqueiro, o sapateiro, o cesteiro e o lavrador são exemplos vivos do património, valor e saber da gente desta freguesia.

O Museu MEMORIAE é um espaço dinâmico de interação entre o passado e o presente.

O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, fala sobre a importância dos espaços museológicos.

Fernando Ruas, presidente da Câmara Municipal de Viseu

Acervo com mais de 100 peças

O nome do museu é escrito e lido em latim e significa memória, capacidade de lembrar e conservar ideias, informações e experiências passadas. Este museu é uma forma de homenagear as pessoas que foram importantes para o desenvolvimento da freguesia.

O acervo do museu é constituído por mais de 100 peças e muitas delas não estão expostas, mas estão guardadas num repositório. Estes artefactos foram doados pelos fregueses e habitantes das sete aldeias que constituem a freguesia de Santos-Êvos.

Entre os elementos do acervo, destacam-se as loiças e os utensílios de cozinha, os trajes do campo do homem e da mulher e a carroça dos bois, que ocupa quase a sala toda em que está exposta.

Carroça de bois no interior do museu

O museu etnográfico começou a ser renovado no ano passado, em 2024, devido a “uma tendência de procura e aumento de pessoas que visitam a freguesia”, afirma o autarca, acrescentando que quer “dotá-lo de uma linguagem visual contemporânea, sem deixar de conter nos traços a sua origem tradicional e humilde que nos transporta às memórias do passado”.

Espaço intergeracional

Com a renovação do museu, a junta quer mais do que preservar a história, quer o bem-estar dos cidadãos. “Pretendemos, para a freguesia, um desenvolvimento com inovação, criatividade e inclusão, pensado para o bem-estar e para a qualidade de vida de todos os cidadãos. O museu promove ações educativas e de exercício de cidadania focados no nosso património histórico-cultural, a partir de experiências vividas. E também proporciona a aquisição de novos conhecimentos, valorizando a nossa herança cultural e a preservação do nosso património”, diz Fernando Rodrigues.

Também o presidente da Câmara Municipal de Viseu valoriza a vertente educativa.

Fernando Ruas, presidente da Câmara Municipal de Viseu

O museu pode ser visitado por todas as pessoas, num esforço intergeracional. Segundo o vice-presidente da Câmara Municipal de Viseu, João Paulo Gouveia, o espaço é transversal.

Viseu tem uma rede de museus municipais e das freguesias. O MEMORIAE poderá vir a fazer parte desta rede de museus e “será uma mais valia para o museu e para o concelho”. Fernando Ruas demonstra disponibilidade para que isso aconteça: “Temos todo o gosto, em combinar com o presidente, para que faça a solicitação de integrar este museu, na rede municipal de museus”.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Viseu, João Paulo Gouveia deixa uma sugestão para o museu ter uma página virtual, onde seja possível fazer uma visita virtual  ao museu.

Mostrar às novas gerações as artes e ofícios do passado

Juliana Campos e Bernardo Almeida são habitantes da freguesia e falam sobre a importância de recordar o passado, agora imortalizado pelos objetos em exposição no museu MEMORIAE.

Juliana Campos e Bernardo Almeida

Já para Cláudia Ferreira e Marta Alves, as artes e ofícios que fizeram parte da vida de gerações passadas são a mais-valia do espaço.

Cláudia Ferreira e Marta Alves

Este museu é um tesouro etnográfico que mantém viva a identidade cultural de Santos-Êvos, especialmente as suas raízes. Através da exposição dos objetos, artefactos e histórias dos ofícios tradicionais, o MEMORIAE não só homenageia o passado, como também educa as novas gerações sobre a importância do património.

A sua existência reforça a ligação entre a comunidade e a história, servindo como um espaço de memórias coletivas e valorização dos trabalhos antigos. Para os visitantes esta é uma oportunidade única de conhecer os costumes, técnicas e modos de vida que marcaram a região de Santos-Êvos.

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