Entre desconfiança e esperança: viseenses divididos nas Legislativas de 2025
As eleições legislativas portuguesas de 2025 estão marcadas para 18 de maio. O ato eleitoral foi antecipado em mais de três anos relativamente ao fim previsto da legislatura, inicialmente agendado para 2028. A antecipação deve-se à queda do Governo em 11 de março de 2025, na sequência da rejeição da moção de confiança apresentada pelo Primeiro-Ministro.
Por: Tomás Quinteiro e Flávio Fialho
O #dacomunicação saiu às ruas de Viseu para saber a opinião dos viseenses acerca dos seus representantes e aquilo que eles manifestam.
Antónia Gomes, empregada numa loja de cosméticos com 51 anos, afirmou que não confia em nenhum partido atual.
Apesar disso, revelou que pretende votar no partido Livre, não por acreditar na liderança, mas por considerar que deve haver uma oposição mais forte na Assembleia.
As opiniões sobre o partido Chega continuam a dividir os eleitores. Manuel Ferreira Gomes, pintor na área da construção civil e com 57 anos, expressou o seu apoio à força política liderada por André Ventura. Destacou o seu descontentamento com os partidos tradicionais e elogiou algumas das propostas do Chega, especialmente no que toca à contenção de gastos públicos.
Para Manuel Gomes, o Chega surge como uma alternativa à classe política que considera descomprometida com os problemas dos cidadãos comuns, e critica os privilégios associados ao exercício de cargos públicos.
Em contraste, Antónia Gomes, manifestou preocupação com o crescimento do partido, alertando para os perigos de uma linha política que considera excessivamente autoritária.
Na sua opinião, o discurso e as propostas do Chega extravasam os limites do aceitável numa democracia, e representam um risco para os valores fundamentais do regime democrático.
No que toca à imigração descontrolada, os entrevistados mostraram preocupações e destacaram a necessidade de mão-de-obra imigrante, mas criticaram o sistema que, segundo eles, favorece estrangeiros em detrimento dos cidadãos portugueses. Foram partilhadas experiências pessoais e casos concretos de alegada injustiça no acesso a apoios estatais.
“Precisamos dos imigrantes, mas com regras. Aqui é uma bagunça. Lá fora [na Suíça], quem não cumpre é deportado”, disse Antónia Gomes.
A preocupação com a juventude e o futuro económico também marcou a conversa. Antónia Gomes relatou que o seu filho, recém-licenciado, pretende emigrar por não ver perspetivas em Portugal.
Domingo o país vai a votos com a certeza de que durante o próximo ano não podem ser convocadas novas eleições.