Estreia hoje. Teatro Paraíso, quando o palco é o mundo, a arte é que viaja
A peça “Teatro Paraíso” estreia hoje, Dia Mundial do Teatro, em Oliveira de Azeméis, e é uma criação do Trigo Limpo Teatro ACERT
Por: Renato Rodrigues
Inspirado pelo cinema ambulante e pelas bibliotecas da Gulbenkian, um pequeno grupo de atores e encenadores da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT), decidiu fazer do palco uma estrada aberta, levando espetáculos a aldeias afastadas, escolas e pequenos teatros. O que os levou a criar o projeto “Palavra ambulante”, materializado numa carrinha que irá percorrer o país.
A peça em destaque chama-se “Teatro Paraíso”, tem a sua estreia marcada para hoje, dia 27 de março. A peça inclui uma adaptação do discurso de José Saramago ao receber o prémio Nobel da Literatura em 1998. Segundo a sinopse, a trama retrata a história de três primos que, inspirados pelo seu avô, decidem criar um teatro ambulante, com a carrinha que o mesmo lhes deixou em testamento, numa primeira instância, para não defraudarem o público que pagou bilhete, mostram embaraço, pedindo-lhes ajuda. No desenrolar da peça, acabam por interpretar teatralmente memórias imaginárias fantásticas, sonhos, risos e inquietações onde a palavra é a grande protagonista.
O processo criativo por detrás da peça passa pela construção do cenário, e de toda a estrutura da carrinha, reflete o trabalho de equipa de todos os elementos envolvidos. Mais do que uma peça de teatro, esta é uma iniciativa movido por paixão. “Os espetáculos fazem-se com amor”, afirmam os atores, resumindo em poucas palavras a essência do teatro itinerante.
O ADN deste espetáculo ambulante não é apenas representar, mas sim criar um encontro entre a arte e as comunidades que, de outra forma, poderiam nunca ter contacto com este universo. Num mundo onde a cultura muitas vezes se concentra nos grandes centros urbanos, há quem leve o teatro onde ele raramente chega.
