João Tiago e a Ovarense: a construir um futuro sobre um passado histórico

Por: Mariana Silva (aluna do 1º ano de Comunicação Social) / Foto: Federação Portuguesa de Basquetebol

A equipa de basquetebol Ovarense é “histórica e é com muito orgulho que estou aqui”, classifica assim João Tiago, treinador da equipa, sobre o que esta simboliza para si. Após anos de carreira como jogador, começou com dificuldades de conciliar horários e optou simplesmente pelo cargo de treinador, e já lá vão mais de 20 anos. Na sua quarta temporada à frente da Ovarense refere que o convite surgiu por meio do diretor da altura e o acordo foi concretizado com grande entusiasmo de ambas as partes.

O professor de Educação Física, residente no Porto, tenta conciliar a sua vida pessoal com a profissional. Considera que o convite para vir treinar a equipa foi “daqueles convites que quase são impossíveis dizer que não”, devido ao passado histórico que a Ovarense carrega.

Ao ser questionado sobre a seleção de jogadores, João Tiago refere que “houve anos que queria ficar com mais alguns, mas aqueles que perdemos são aqueles que fazem uma melhor época, são mais difíceis de manter”. Tanto a direção quanto o técnico, têm uma ideia do tipo de jogador e as características que este tem de ter, para que seja interessante para o clube. Para cada adversário que enfrentam, fazem uma análise crítica aos três jogos anteriores da equipa. “No campeonato português já há muita matéria para observar”, indica. Com esta observação, encontram padrões, para que estejam preparados no encontro e saiam deste com a vitória.

Quanto ao seu trabalho na Ovarense, o treinador sente que o esforço tem sido reconhecido e tem melhorado de ano para ano, o seu objetivo é colocar os vareiros um pouco mais perto do que eram os resultados há alguns anos. Sente orgulho e afirma que “o mérito é de toda a gente”, para que a equipa tenha vindo a ter este sucesso.

Apesar da sua primeira época à frente dos alvinegros não ter sido a melhor, revela que seria “ingénuo se entendesse que as coisas estavam a funcionar mal e não alterasse nada”. Acredita que os resultados aparecem, e tem vindo aparecer, segundo um processo que, mantendo a base da equipa estável, o desempenho e a confiança vai melhorando de ano para ano. Ainda nessa época, sofreu comentários menos bons, devido à sua prestação ao comando da equipa, principalmente “dos adeptos da Ovarense, já que sentem muito o clube”. No início incomodava-se, mas a certa altura parou de acompanhar, para conseguir fazer o seu trabalho da melhor maneira possível.

O comandante dos vareiros enfatiza que a equipa deve acreditar no processo e confiar no seu trabalho e, em momentos de maior fragilidade, tem de continuar com esse pensamento e analisar o que fizeram menos bem, para que tudo venha a melhorar e consigam seguir em frente.

“A parte mental é mais fácil de trabalhar, quando a parte técnica e os resultados vão aparecendo”, admite o treinador. Destaca a importância do apoio contínuo aos jogadores, tanto dentro como fora de campo. Para ele, o que não pode faltar na sua equipa é vontade de trabalhar e de também “perceber que não sabemos tudo e que estamos muito longe disso”. Nunca desistir e jogar pela camisola que carrega, são critérios fundamentais para que o espírito do clube continue vivo.

Por fim, diz-se orgulhoso de treinar uma equipa histórica como a Ovarense. O treinador quer ainda garantir que o nome do clube volte a ser reconhecido e respeitado no basquetebol português.

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