Depois do Carnaval, o balanço dos mercadinhos de Natal

Em Cunha Baixa realizou-se pelo segundo ano consecutivo um mercadinho de Natal. Já por Viseu a tradição tem vários anos e está em crescendo.

Por: Inês Ramos e Beatriz Paulino (alunas do 1º ano de Comunicação Social) / Foto: Facebook Freguesia Cunha Baixa

“A verdade é que com tanta coisa que há negativa no mundo nós conseguimos ainda transmitir alguma coisa positiva”, afirma Caroline Almeida, organizadora do Mercadinho de Natal da freguesia de Cunha Baixa, que este ano celebrou a sua segunda edição.

O evento, que teve início no ano passado, nasceu da vontade de dar maior destaque ao presépio construído na aldeia. “Nós queríamos fazer alguma coisa para valorizar o presépio que é feito aqui na nossa freguesia “, uma iniciativa que começou com um grupo jovem em 2007 e vem evoluindo ao longos dos anos. Nunca tendo sido perdida a tradição, Caroline Almeida explica como foi a rápida adesão ao evento devido a negócios familiares de alguns residentes da freguesia na área da confeitaria e artesanato.

Com 26 vendedores distribuídos por 15 expositores, fornecidos pela Câmara Municipal de Mangualde, a organização enfrentou desafios logísticos. “Tivemos de dividir os expositores, um para dois vendedores“, explica.

Caroline Almeida também confidencia algumas das dificuldades que encontraram ao longo da organização do evento, como a meteorologia, pois garantir o conforto dos visitantes com o frio ou a chuva é sempre uma preocupação

O desafio mais preocupante foi conciliar a tenda principal e o espaço reduzido no largo, pois está maioritariamente ocupado pelo presépio de tamanho real, mas com a ajuda de um grupo da aldeia “Amigos do presépio”, os responsáveis pela montagem de ambos, o presépio e estrutura para o Mercado, foi possível chegar a um consenso.

A grande novidade deste ano foi a “Casa do Pai Natal”, uma atração especial construída pelos próprios habitantes da freguesia. A estrutura tornou-se um dos pontos mais visitados, especialmente pelas crianças.

O público não se limitou aos residentes locais. Caroline Almeida destaca a crescente presença de visitantes de outras cidades, como Viseu, que regressaram após o sucesso da primeira edição. É um evento que já começa a ganhar visibilidade fora da aldeia.

A promoção do evento combina métodos tradicionais e modernos. “Redes sociais, cartazes, nós ainda continuamos com os cartazes porque achamos que é sempre uma tradição e as pessoas ainda olham para eles como uma porta de convite”, diz.

Sobre o futuro, Caroline Almeida revela o desejo de expandir o evento: “Se o espaço permitir, gostaria de incluir mais atrações, como um carrossel para as crianças.”

Apesar das dificuldades, o feedback positivo dos visitantes e a forma como consegue juntar pessoas numa época festiva é o que mais motiva a organizadora, assim incentivando as crenças antigas como o Natal em família e aquele grande desejo das crianças em conhecer o Pai Natal.

Encanto e tradição: Os bastidores do Mercadinho de Natal de Viseu

Participante do mercadinho de Natal, Isabel Madeira, numa entrevista afirma que nesta época um dos produtos mais procurados são as bolachas natalícias.  Isabel Madeira refere que para poder estar presente neste mercadinho tem de começar o trabalho um mês antes.  Na época natalícia nota que há “mais emigrantes, muitos clientes de fora”.

Celso Faria, outro participante do mercadinho de Natal, diz que os produtos mais procurados são as pantufas, os piões e os imanes. O vendedor começa a organizar os produtos para venda após a feira de São Mateus e, no natal, sente que os clientes gostam de produtos mais tradicionais e costuma fazer descontos quando compram à quantidade. Nesta barraquinha as fisgas são o produto exclusivo vendido.

Hélder Fernandes, outro participante do mercadinho, comenta que os presépios são os produtos mais procurados pelos clientes na época natalícia. Ao contrário do que diz Isabel Madeira, este vendedor afirma que a preparação para o mercadinho de Natal não acontece com muita antecedência, até porque as candidaturas são muito próximas do evento, logo não dá para preparar com muita precedência. Nesta barraca todas as peças vendidas são exclusivas e únicas e os preços mantêm-se os mesmos ao longo do ano sem mudanças exatas ou precipitadas. Hélder Fernandes acredita que os clientes na época natalícia compram os presentes com mais impulso do que deveriam.

“Nós já participamos neste mercado desde 2018. A experiência é sempre boa, dá sempre para conhecer muitas pessoas, para conviver, dar a conhecer os produtos e para obter feedback também”, refere Ana Andrade ao ser questionada sobre as suas experiências anteriores em eventos como este.

Os produtos vendidos nesta barraca são os frutos secos naturais, os frutos secos com sal, frutos secos caramelizados e os frutos secos com chocolate.  Abordada sobre a sua expectativa em relação à infraestrutura do evento, Ana Andrade diz que “a iluminação está bonita, o espaço também está bastante composto, e está um ambiente muito enriquecedor. Falha aqui um bocadinho a animação e a música, o resto está composto, agradável, esta bonito”.

As quintas, sextas e o fim de semana são os dias em que se mais vende, exceto as manhãs que são mais “mortas”. A vendedora apoia uma melhor dinamização na divulgação do evento através das redes sociais e pelo país fora, devia ser dado mais a conhecer pelas cidades usando cartazes ou placas de informação que há nas autoestradas, não há muitos momentos de atração.

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