Luís Montenegro: O desportista espinhense que adora discutir, quer chegar à liderança do PSD

Eleito deputado pela primeira vez em 2002 para a Assembleia da República pelo Partido Social Democrata, abandonaria a função em 2018 por divergências de estratégia com o atual Presidente do partido, Rui Rio, em quem diz ter votado “convictamente”. Em menos de dois anos depois, voltou desafiando a atual liderança.

Por Jorge Afonso

O percurso de Luís Montenegro começa em 1973, quando nasceu no Porto, tendo sido levado de imediato para a terra que o viu crescer para a vida, Espinho. Foi lá que frequentou a escola e se envolveu pela primeira vez na atividade partidária, pertencente a uma família com pais sociais-democratas, juntamente com o seu irmão foi uma vez levado ao Estádio das Antas, não para ver um jogo do seu clube do coração, mas para assistir ao seu primeiro comício político da Aliança Democrática, onde teve na mão uma bandeira do PPD que ainda hoje conserva.

Cedo percebeu que tinha um interesse profundo pela política e pela causa pública, não pelo facto de ter tido um tio deputado na Assembleia Nacional, mas como referiu o próprio, “pelo ímpeto reformista e progressista do mandato do Prof. Cavaco Silva enquanto Primeiro-Ministro”, tendo sido nessa altura que se inscreveu no PSD e que considera muito inspirador. Antes do reconhecimento a nível nacional, o seu interesse começou em termos locais, tendo sido durante os anos 1994 e 2001, Vereador da Câmara Municipal de Espinho, Presidente da JSD de Espinho e candidato à mesma Câmara antes de ter sido eleito deputado nas mesmas eleições que levaram Durão Barroso a Primeiro Ministro.

A nível profissional Licenciou-se em Direito, em 1999, pela Universidade Católica Portuguesa na Escola de Direito do Porto, exerce advocacia e tem-se dedicado, a nível profissional, às áreas do Direito Constitucional, administrativo, laboral e societário, além de ter acompanhado e intervindo em contratos de aquisição, fusão e internacionalização de empresas. É proprietário da SPM Advogados, juntamente com Paulo Sousa Pinheiro.

Em 2011 chega à liderança do grupo parlamentar do PSD, cargo que ocupou até 2017 e onde ganhou mais notoriedade como uma das vozes defensoras do Governo de Pedro Passos Coelho no Parlamento, durante o período em que Portugal viveu um processo de ajuda externa e o seu partido passou do poder à oposição mesmo tendo ganho as eleições em coligação com o CDS-PP, algo insólito na história política portuguesa. Após a saída da liderança parlamentar social-democrata, dedicou-se à atividade profissional e foi articulista de opinião no Jornal Expresso. Em 2019, depois de em janeiro ter considerado que Rui Rio não estava a levar o PSD na direção certa, após derrota dos sociais-democratas nas eleições legislativas de outubro, Luís Montenegro reapareceu nos holofotes da política como candidato à liderança do partido de Sá Carneiro e querendo afirmar o PSD como alternativa credível ao governo, com o lema “A força que vem de dentro”.